Enfoque: Cinco perguntas sobre a pandemia do coronavírus a serem respondidas por Washington

2020-05-04 15:39:47丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 4 mai (Xinhua) -- Os Estados Unidos confirmaram mais de 1 milhão de casos de COVID-19 em apenas cerca de 100 dias depois que reportou o primeiro caso em 21 de janeiro, tornando-se o novo epicentro da pandemia de coronavírus em todo o mundo.

Enfrentando críticas em casa, alguns políticos dos EUA atacaram irresponsavelmente um certo país e a Organização Mundial da Saúde (OMS), dificultando os esforços globais contra a pandemia.

Suas ações causaram perguntas de todo o mundo, e Washington deve dar respostas claras.

ONDE O VÍRUS NOS EUA SE ORIGINOU?

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, em inglês) restaurou o Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA, um centro militar de pesquisa biológica no estado de Maryland, para operação completa, informou a mídia local no final de março.

A instituição tinha sido ordenada pelo CDC a suspender pesquisas envolvendo agentes biológicos de seleção ou toxinas no verão passado. Uma petição online foi posteriormente apresentada no site de petições da Casa Branca exigindo que o governo dos EUA esclarecesse a paralisação da instituição.

O público está esperando que Washington dê uma explicação clara para a parada repentina e a retomada da pesquisa.

De acordo com um relatório do CDC no final de fevereiro, houve pelo menos 32 milhões de casos de gripe no país na temporada de gripe 2019-2020.

Em 11 de março, o diretor do CDC, Robert Redfield, disse em uma audiência na Colina do Capitólio que algumas mortes da COVID-19 foram diagnosticadas como relacionadas à gripe nos Estados Unidos.

Washington precisa esclarecer o número de casos da COVID-19 previamente diagnosticados como gripe, e publicar as amostras e a sequência genética do vírus da gripe no país.

OS EUA FALHARAM AO NÃO DETECTAR A TRANSMISSÃO DO VÍRUS NUMA FASE INICIAL?

No final de abril, as autoridades de saúde do condado de Santa Clara, no estado da Califórnia, confirmaram que dois pacientes tinham morrido de COVID-19 pelo menos três semanas antes da primeira morte pelo vírus conhecida dos EUA em 29 de fevereiro.

Jeffrey V. Smith, executivo do condado de Santa Clara, disse à Xinhua que os pacientes "aparentemente contraíram a doença por meio da disseminação da comunidade. Isso sugere que o vírus estava circulando na Área da Baía em janeiro, pelo menos, provavelmente mais cedo."

Neeraj Sood, professor da Price School of Public Policy da Universidade do Sul da Califórnia, foi citado pelo Los Angeles Times, dizendo que o vírus está na comunidade há muito tempo.

"Quando você começa a ver a primeira morte, na verdade, o número de casos na população provavelmente já é muito alto", disse Sood.

Washington precisa responder se não percebeu a disseminação do vírus pela comunidade.

OS EUA FORAM LENTOS NA RESPOSTA PRECOCE À PANDEMIA?

De acordo com uma reportagem do The Washington Post em 4 de abril, o CDC "soube de um conjunto de casos na China em 31 de dezembro", e o lado americano recebeu uma ligação do lado chinês em 3 de janeiro alertando contra a doença.

Em 8 de janeiro, chefes dos centros de prevenção e controle da China e dos EUA conversaram por telefone para discutir intercâmbios e cooperação tecnológicos, mostrou um cronograma detalhado da resposta da China à COVID-19.

Em 16 de fevereiro, a equipe conjunta de especialistas da China-OMS iniciou uma visita de campo de nove dias na China. A equipe é composta por 25 especialistas, incluindo Cliff Lane, pesquisador do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.

O governo dos EUA, no entanto, minimizou repetidamente a gravidade da epidemia para o público na época. A mídia dos EUA informou que a administração dos EUA tinha desperdiçado mais de dois meses desde que recebeu uma notificação inicial sobre o vírus.

Washington precisa explicar por que demorou tanto para agir para combater o vírus.

A RESPOSTA DOS EUA LEVOU A UMA MAIOR EXPANSÃO MUNDIAL?

O Washington Post disse que o Conselho de Segurança Nacional dos EUA defendeu uma proibição de viagem que restringisse os viajantes da Itália e de outros países da União Europeia, mas foi recebido com resistência por alguns funcionários da administração.

A proibição foi finalmente emitida mais de um mês depois e "centenas de milhares de pessoas cruzaram o Atlântico durante esse intervalo", disse o jornal.

Uma reportagem publicada em 11 de abril no The New York Times também revelou que o plano do governo dos EUA de estabelecer um sistema de vigilância em algumas cidades para medir a propagação do vírus foi adiado por semanas, deixando as autoridades "quase sem nenhuma visão da rapidez da propagação do vírus".

Em março, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que os Estados Unidos eram o país de origem para a maioria dos casos da COVID-19 em seu país.

Washington deve responder à preocupação de que a ação tardia e caótica dos EUA tenha realmente acelerado a disseminação do vírus para mais lugares pelo mundo.

QUAL É A INTENÇÃO POR TRÁS DE PASSAR A RESPONSABILIDADE PARA OUTROS?

O governo dos EUA criticou a chamada falta de transparência da China em relação às informações sobre a COVID-19. No entanto, os fatos falam o contrário.

O CDC disse em seu site que autoridades de saúde chinesas relataram casos de doenças respiratórias agudas em pessoas associadas a um mercado de frutos do mar e animais na cidade de Wuhan em 31 de dezembro.

Desde 3 de janeiro, a China começou a informar os Estados Unidos sobre o surto e as medidas de resposta regularmente, mostrou o cronograma da resposta da China à COVID-19.

Em 24 de janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, tuitou que a China "tem trabalhado muito duro para conter o coronavírus", e que "os Estados Unidos apreciam muito seus esforços e transparência".

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, também disse em uma coletiva sobre coronavírus no final de janeiro que a China tem sido "bastante transparente" com o mundo sobre o vírus.

No entanto, alguns políticos dos EUA estigmatizaram a China com comentários racistas, fabricaram mentiras sobre o papel da China na luta global contra o vírus e interromperam a solidariedade global e a cooperação no combate à doença.

O mundo precisa de uma explicação clara de Washington sobre por que escolheu passar a responsabilidade.

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