Rio de Janeiro recorre a voluntários para atender onda de pacientes infectados pela COVID-19

2020-04-24 10:46:04丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 23 abr (Xinhua) -- Com os hospitais no limite de sua capacidade e os profissionais da saúde exaustos pelo trabalho incansável que fazem para cuidar dos pacientes infectados pelo novo coronavírus, o governo regional do Rio de Janeiro recorreu a voluntários para ajudar a enfrentar a epidemia.

Mais de 26.600 pessoas já se inscreveram no programa da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro para prestar serviço nos hospitais públicos.

"Estamos passando por um momento de exceção. Nenhum sistema de saúde do mundo está preparado para o aumento expressivo da demanda por atendimento de emergência como está ocorrendo. Por isso, convidamos profissionais de saúde que não integram nosso quadro de funcionários para que se juntassem a nós para combater a nova doença", disse o secretário de Saúde, Edmar Santos, ao apresentar a iniciativa em meados de março.

As pessoas interessadas se inscrevem na página da web, onde os perfis são analisados antes de ser aceitos. Os voluntários são enviados para reforçar as equipes das unidades de atendimento para pacientes diagnosticados com o vírus no estado.

Segundo a secretaria, mais da metade dos voluntários são estudantes de medicina e de enfermagem, como é o caso de Gabriel Bittencourt, de 24 anos, que estuda medicina na Universidade do Estado de Rio de Janeiro (UERJ).

"Nós, os alunos, estamos auxiliando a equipe médica no atendimento de casos suspeitos. Embora a maioria dos sintomas sejam leves, a sala de atendimento fica bem cheia", explicou.

Para Bittencourt, "não consigo assistir tudo isso, sentado no sofá de casa, sabendo que posso estar lá para ajudar, nem que seja para empurrar a maca para deixar o paciente na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI),.

Sobre sua nova rotina, disse que "é estressante, não pela atividade em si, porque apesar do desgaste físico e emocional, é gratificante cuidar das pessoas em um momento de tanta fragilidade. O que realmente me estressa é o aspecto pessoal, com as aulas paradas, o futuro incerto e a preocupação com meus pais, avós e família", acrescentou.

Entre os voluntários também há médicos, como Bruno Feijó, de 43 anos que, apesar de trabalhar normalmente em vários hospitais, optou por reduzir ainda mais seu tempo de descanso.

"O Brasil necessitará de muita ajuda quando a doença explodir. Se todos puderem doar um pouquinho, disponibilizar algumas horas de seu tempo, poderemos minimizar o sofrimento dos doentes. É a hora de mostrar o valor da medicina brasileira e nosso espírito solidário", comentou Feijó, que trabalha há 15 anos em UTIs.

"Os profissionais da Saúde são nossa primeira linha de defesa no combate à COVID-19. E o reforço das equipes, com a participação dos voluntários é fundamental nesse momento delicado que a saúde pública do Rio de Janeiro está enfrentando", destacou o secretário.

Segundo o último balanço divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro é o segundo estado mais afetado pela epidemia, superado apenas por São Paulo com pelo menos 530 mortos e 6.172 casos confirmados.

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