Governo brasileiro adia programa de privatizações para 2021 por causa da COVID-19

Rio de Janeiro, 22 abr (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira o adiamento das iniciativas de privatização previstas para acontecer até o fim deste ano, devido à crise econômica causada pela doença do novo coronavírus (COVID-19).

"O ambiente é de incerteza. Não sabemos se poderemos realizar a venda de ativos no segundo semestre, no quarto trimestre. Esperávamos fazer a capitalização da Eletrobras (maior empresa do setor da América Latina) até outubro. Este plano foi adiado. Não há ambiente no mercado para a venda de participações e ativos. Esta crise nos surpreendeu", disse o secretário especial de Desestatização do Ministério de Economia, Salim Mattar.

Segundo o secretário, a recessão econômica mundial desvalorizou o preço dos ativos, inviabilizando qualquer venda nesse momento e admitiu que a meta de vender este ano 300 ativos calculados em 150 bilhões de reais (uns 28 bilhões de dólares) não será cumprida.

"Nossa meta ambiciosa era de 150 bilhões de reais, mas vimos que depois de fevereiro, não houve vendas, não há clima para vendas", disse Mattar.

Segundo o secretário, as privatizações são importantes porque trazem investimentos privados que aceleram a recuperação econômica do Brasil, algo que o país necessitará quando superar a crise da COVID-19.