Estudo sugere segurança de IECA/BRA para pacientes de COVID-19 com hipertensão

Wuhan, 19 abr (Xinhua) - Um novo estudo sugeriu que o uso de inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs) e bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA) entre pacientes hospitalizados com COVID-19 com hipertensão estava associado a um menor risco de todas as causas mortalidade em comparação aos não usuários.

Liderada por Li Hongliang, reitor da Escola de Ciências Médicas Básicas da Universidade de Wuhan, a equipe era formada por pesquisadores de nove hospitais da província de Hubei, no centro da China, além de pesquisadores dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá.

Como o uso de IECA e BRA é uma grande preocupação para os médicos que tratam pacientes de COVID-19 com hipertensão, segundo o estudo, a equipe o conduziu em 3.430 pacientes com COVID-19, incluindo 1.128 pacientes com hipertensão, para determinar a associação entre uso hospitalar de IECA/BRA e mortalidade por todas as causas de COVID-19 entre pacientes com hipertensão.

O estudo constatou que, em comparação com o grupo IECA/BRA, o grupo sem IECA/BRA apresentou maior prevalência de febre, dispnéia e lesão pulmonar bilateral.

Entre os 1.128 pacientes, 99 haviam morrido. A mortalidade por todas as causas em 28 dias no grupo IECA/BRA foi de 3,7 por cento, muito inferior a 9,8 por cento no grupo sem IECA/BRA, de acordo com os resultados primários.

Os pesquisadores consideraram os principais dados, incluindo informações demográficas e histórico médico dos pacientes, características clínicas, dados laboratoriais e de relatórios radiológicos, histórico de comorbidades, intervenções terapêuticas durante a hospitalização e resultados clínicos.

A falta de entendimento adequado dos IECA/BRA pode levar a sérias consequências, porque alguns pacientes provavelmente parariam os medicamentos anti-hipertensivos por conta de informações enganosas, disse Li, observando que é urgentemente necessária uma orientação correta ao uso de drogas com base em estudos clínicos de grandes amostras.

O estudo foi publicado originalmente na revista Circulation Research da Associação Americana do Coração na sexta-feira.