Número oficial de mortes no Brasil pela COVID-19 dobra em uma semana e e casos confirmados aumentam 76%
Rio de Janeiro, 18 abr (Xinhua) -- O número atualizado de óbitos causados no Brasil pela epidemia do novo coronavírus (COVID-19) dobrou em uma semana, enquanto os casos confirmados tiveram um aumento de 76%, segundo meios locais.
O balanço oficial divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde indicou que já foram registradas 2.347 mortes e os casos positivos subiram para 36.599, um crescimento de 9,6% e 8,7%, respectivamente, em relação ao dia anterior, sendo que a taxa de letalidade do vírus no Brasil está em 6,4%.
Um levantamento publicado neste sábado pelo portal de notícias UOL, com base em números oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde, aponta que em uma semana as mortes confirmadas pela COVID-19 no país alcançaram mais do que o dobro, já que o total divulgado em 11 de abril foi de 1.124.
Em relação aos casos confirmados, o número passou de 20.727 no sábado anterior para 36.599, um aumento de 76%.
Os saltos levaram especialistas entrevistados pelo UOL a afirmar que a situação tende a se agravar nos próximos dias.
"Vai piorar. Infelizmente, a tendência é que ocorra no Brasil a mesma coisa que aconteceu nos outros países", afirma a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da renomada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"Os hospitais da rede pública e privada estão com quase 100% da ocupação. O número de mortes vai dobrar a cada semana", acrescentou Dalcolmo, que integra um grupo de contingência criado pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para lidar com a pandemia.
A preocupação com a possibilidade de um colapso nos hospitais da cidade do Rio de Janeiro nas próximas semanas, levou o prefeito Marcelo Crivella a decretar a obrigatoriedade das pessoas saírem às ruas com máscaras, a partir de segunda-feira, além de reforçar a defesa do isolamento social como forma de combater a COVID-19.
Crivella disse ainda que a prefeitura do Rio de Janeiro calcula que faltam cerca de 900 leitos hospitalares e 400 em unidades de tratamento intensivo para poder atender a todos os pacientes infectados.
Em São Paulo, epicentro do COVID-19 no Brasil, o governador João Doria prorrogou até 10 de maio a quarentena decretada em 24 de março e as medidas de distanciamento social para evitar o colapso do sistema de saúde .
"Tomamos essa medida por respeito à medicina e à ciência, com base na opinião dos 15 integrantes do comitê médico. Para reabrir comércios e serviços, necessitamos controlar a contaminação e ter o sistema público de saúde preparado para salvar vidas", disse Doria ao anunciar a prorrogação na sexta-feira.
Apesar dos esforços da maioria das autoridades regionais, houve uma redução do isolamento social em várias cidades, entre elas as mais afetadas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Neste sábado, foram realizadas carreatas nas duas cidades e na capital federal Brasília em protesto contra as restrições e em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que defende a flexibilização da quarentena, argumentando que medidas restritivas são prejudiciais à economia e podem levar ao desemprego em massa.
Da rampa do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro acompanhou a passagem da carreata de Brasília, acenou para os manifestantes, sendo saudado por um "buzinaço" e chegou a descer para conversar com apoiadores que se aglomeraram no local, além de divulgar cenas da manifestação por meio de transmissão ao vivo em sua pagina em uma rede social.
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