Bolsonaro diz que faltará dinheiro para pagar funcionários públicos se a paralisação econômica continuar

2020-04-19 17:24:56丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 18 abr (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, advertiu neste sábado que, se a paralisação causada pelo novo coronavírus (COVID-19) persistir, faltará dinheiro para pagar os milhões de funcionários públicos do país.

"Desde o começo, sozinho, venho falando dos dois problemas: o vírus e o desemprego. O desemprego já se faz presente no seio da sociedade. Os informais cresceram muito, são quase 40 milhões no Brasil. Do pessoal que tem contrato formal milhões também já perderam seus empregos. A economia não roda dessa forma. Vai faltar dinheiro para pagar servidor público, e o Brasil está mergulhando num caos", afirmou o presidente a um grupo de apoiadores reunidos na porta do Palácio do Planalto.

A queda da atividade econômica provocou uma menor arrecadação de impostos, o que levou governadores e prefeitos a querer que a União compense as administrações locais pelas perdas conforme projeto aprovado por deputados semana passada e que foi criticado pelo governo.

Bolsonaro voltou a defender a flexibilização das medidas restritivas e afirmou que cabe aos governadores e prefeitos afrouxar as ações de isolamento social.

"A decisão foi do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que estados e municípios podem decretar as medidas que acharem necessárias para conter o avanço desse vírus. Teve prefeito aí que cometeu barbaridades, prendendo pessoas em praça pública. Vemos também prisões de mulheres na praia. É um absurdo o que vem acontecendo", criticou o presidente.

Após recordar que o STF determinou que "não tenho autoridade" para flexibilizar as medidas, afirmou que "no que depender de nós (governo federal), começaremos a flexibilizar".

O presidente também comentou a mudança de ministro da Saúde, com a chegada de Nelson Teich esta semana em substituição a Luiz Henrique Mandetta, com quem vinha mantendo divergências públicas sobre a manutenção do isolamento social para combater a COVID-19.

"Mudamos a política um pouco agora, a partir de ontem, começa a mudar um pouquinho nossa política", em relação à epidemia, afirmou.

O Brasil é o país da América Latina mais afetado pelo novo coronavírus. Segundo o último balanço divulgado hoje pelo governo, o número oficial de mortes chegou a 2.347 e o de casos positivos, a 36.599.

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