Destaque: "Mesmo céu, um mundo", chineses estrangeiros ajudam Europa no combate ao coronavírus

2020-04-16 11:21:33丨portuguese.xinhuanet.com

Por Yang Xiaohong

Praga, 14 abr (Xinhua) - Para Li Qiyu, uma chinesa que mora na capital tcheca há quase 10 anos, este feriado de Páscoa foi muito diferente dos anos anteriores. Em vez de se reunir com amigos e familiares, ela e os membros de seu grupo de voluntários foram distribuir máscaras para todos os necessitados, de caixas de supermercado a policiais, ou até mesmo para pessoas que passavam.

"É um momento crítico, pois é mais provável que as pessoas ignorem os riscos e se encontrem", disse ela. "Não queremos que a situação piore por causa do feriado, por isso continuamos entregando máscaras faciais às pessoas e chamando sua atenção para a necessidade de ficarmos atentos".

Li e seu grupo distribuem máscaras desde o início de março, quando a pandemia do COVID-19 chegou ao país. Desde então, a República Tcheca, como muitos outros países europeus, vem enfrentando uma grave escassez de suprimentos médicos, incluindo máscaras faciais. "Quando descobrimos que mesmo os médicos ambulatoriais aqui não tinham máscaras para usar ou tinham que usar máscaras de pano feitas à mão, era difícil ficarmos parados", disse Li, lembrando do início de seu grupo de voluntários.

As máscaras que eles distribuem vêm de vários meios, dezenas de suas próprias reservas, centenas de doações.

"Não temos grandes quantidades de máscaras à nossa disposição, e o que podemos fazer é limitado", disse ela. "Nós apenas queremos ajudar o máximo possível e mostrar nossa solidariedade com a cidade que agora é nossa segunda casa".

A República Tcheca registrou mais de 6.000 casos confirmados de COVID-19 desde que os três primeiros foram diagnosticados no dia 1º de março. Praga ainda está sob quarentena e o primeiro-ministro, Andrej Babis, em seu discurso há dois dias de feriado de Páscoa, pediu aos cidadãos que continuem mantendo o distanciamento social e usando máscaras em público. Ele agradeceu a todos os comerciantes e profissionais, incluindo os voluntários, que ajudam no combate ao vírus.

"Estamos felizes por ele ter mencionado 'voluntários' em seu discurso, achamos que fomos incluídos", disse Li.

EM OUTRA PARTE DA EUROPA

Yu Xi é um estudante chinês da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing atualmente em um programa de intercâmbio na Universidade de Vilnius, na Lituânia. No mês passado, ele coletou e traduziu informações em primeira mão sobre a pandemia para a comunidade chinesa local.

"Fico feliz em poder usar minhas habilidades para ajudar os chineses que moram no exterior a saber das últimas notícias sobre a pandemia. Essa foi minha contribuição", disse ele.

Ele estava um pouco preocupado a princípio, morando longe de casa e sem equipamento de proteção em uma área atingida por uma pandemia. Mas o medo acabou diminuindo quando a Embaixada e as empresas chinesas começaram a enviar materiais anti-epidêmicos da China para a Lituânia. Parte dos suprimentos foi doada para governos locais e para equipes de linha de frente, e o restante foi distribuído entre a comunidade chinesa local.

Na Bélgica, Itália e França, a "Iniciativa Fita Verde" está agora unindo a União Europeia (UE) e a China através da entrega de suprimentos médicos chineses às áreas mais afetadas. Um total de 146 organizações chinesas e europeias participaram deste complexo programa até o momento. A Organização Mundial de Projeto Sustentável (WGDO), uma organização não governamental sediada na Bélgica e um dos patrocinadores da "Iniciativa Fita Verde", reuniu mais de 400 chineses e chineses estrangeiros que vivem na Itália, França e Bélgica para avaliar demanda local por suprimentos médicos na Europa e ajudar a organizar a distribuição para hospitais relevantes.

Por exemplo, ciente de um gargalo nas atuais capacidades de teste da Bélgica, o WGDO entrou em contato com um fornecedor chinês para doar kits de teste ao país. A organização ainda está ocupada construindo uma ponte para coletar equipamentos médicos doados pela China para a Europa, como máscaras descartáveis, roupas ou óculos de proteção.

"Estamos sob o mesmo céu e vivemos no mesmo mundo", disse He Weidong, presidente da WGDO. "É por isso que precisamos todos nos unir mundialmente para lutar contra a pandemia de COVID-19".

A Europa é agora uma das regiões mais afetadas pela pandemia do COVID-19. Em 14 de abril, quase um milhão de casos de coronavírus haviam sido confirmados no continente.

(Os repórteres da Xinhua Guo Mingfang em Vilnius e Yu Yue em Bruxelas contribuíram para a matéria).

 

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