Banco Central do Brasil já vendeu US$ 25,399 bilhões este ano para conter a alta do dólar
Rio de Janeiro, 8 abr (Xinhua) -- O Banco Central do Brasil vendeu US$ 25,399 bilhões das reservas internacionais do país para tentar conter a desvalorização do real frente ao dólar, especialmente nas últimas semanas após o impacto do novo coronavírus na economia, informou o ente emissor nesta quarta-feira.
Em um comunicado, o Banco Central do Brasil assegurou que todas as reservas vendidas este ano já chegam perto dos US$ 36,88 bilhões vendidos ao longo de 2019, quando o BC voltou a vender reservas brasileiras para conter a disparada da moeda norte-americana.
O BC também vendeu este ano, até 3 de abril, US$ 15,7 bilhões nos chamados "leilões de linha" nos quais vende recursos das reservas internacionais com o compromisso de recompra, caso em que não há impacto nas reservas internacionais porque os recursos regressam posteriormente às mãos do Banco Central.
O aumento do uso das reservas internacionais para conter a alta do dólar coincide com a saída do país este ano da divisa norte-americana. Entre janeiro e março, a saída de dólares do Brasil superou a entrada em US$ 11,25 bilhões.
Embora a cifra seja inferior aos US$ 44,76 bilhões que deixaram o Brasil no ano passado, trata-se da maior quantidade para um trimestre desde 1999, segundo o BC.
Em entrevista à imprensa, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, assegurou que os investidores estão retirando recursos dos países emergentes devido às incertezas causadas pela pandemia da COVID-19 e disse que cerca de US$ 100 bilhões deixaram as economias em desenvolvimento apenas este ano.
"No bloco da América Latina, um caso típico, temos uma saída de dólares dez vezes maior que a de 2008. É rápido, uma fuga para países com economias mais sólidas, de ativos de maior risco para menor risco", comentou.
Campos Neto explicou que o Banco continuará atuando no mercado para conter a forte valorização do dólar em relação ao real. "Temos um arsenal grande. Entendemos que o real se desvalorizou muito em relação a outras moedas e estamos preparados, em qualquer momento para fazer uma coisa maior, se for necessário, no câmbio".
"Estamos preparados, as reservas são grandes, temos um 'swap' de US$ 60 bilhões que foi feito com o Federal Reserve, BC dos Estados Unidos. Entendemos que as ações têm sido feitas de forma apropriada. Podemos, a qualquer momento, atuar de forma mais forte do que temos atuado até então", concluiu o presidente do Banco Central.
Nas últimas semanas, o dólar bateu vários recordes em sua cotação com o real, chegando a 5,30 reais, o maior valor da história. Esta semana, a moeda norte-americana registrou três quedas seguidas e fechou a sessão desta quarta-feira cotado em 5,14 reais para venda.
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