Agronegócio português sofre com pandemia, diz associação

Coimbra, Portugal, 6 abr (Xinhua) -- O setor agrícola de Portugal está enfrentando sérios problemas devido à pandemia da COVID-19 e às subsequentes medidas de isolamento social, declarou a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) nesta segunda-feira.

Pedro Santos, membro de gestão da CNA, disse à Xinhua que o principal problema das pequenas e médias empresas agrícolas é que elas não conseguem vender seus produtos.

"Nossos escoamentos de produção foram completamente prejudicados. Não temos mais vendas para restaurantes, ou mercados locais, muito menos vendas diretas para o público", disse Santos.

O problema de vendas tem afetado principalmente os produtores de flores, verduras e gado, que precisam manter um fluxo constante de vendas e são altamente dependentes das vendas durante o período do ano.

O funcionário da CNA disse que ainda é muito cedo para contabilizar as perdas, mas devem ser de "milhões de euros", porque ainda não se sabe a duração do estado de emergência.

O estado de emergência, declarado pela primeira vez em 18 de março e prorrogado na última quinta-feira, vai até 17 de abril. No entanto, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, indicou que o país pode precisar de quatro fases de estado de emergência antes de controlar a pandemia e restaurar a normalidade.

Ele disse que o governo anunciou algumas medidas de ajuda, mas foram insuficientes até agora.

Ele apontou que uma decisão que poderia ajudar muito seria a reabertura dos mercados locais.

Além disso, a CNA pediu ao governo para combater a especulação e permitir a venda direta de frutas e verduras nas casas ou nas estradas.

A associação também pediu autorização para a circulação dos agricultores durante o estado de emergência e nas zonas de quarentena, para todas as viagens necessárias, visando manter a atividade do setor.

A aplicação dessas medidas, explicou a CNA, é essencial para evitar o fechamento de milhares de pequenas e médias empresas rurais.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou nesta segunda-feira que a COVID-19 já matou 311 pessoas e infectou 11.730 em Portugal até o momento.