Iniciativa solidária ajuda comunidades do Rio de Janeiro a lutar contra COVID-19

2020-03-30 10:44:33丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 29 mar (Xinhua) -- Um movimento de solidariedade no Rio de Janeiro está ajudando as comunidades mais carentes da cidade a lutar contra a doença do novo coronavírus (COVID-19), cuja chegada aos locais mais pobres se converteu em um grande temor devido a falta de infraestrutura sanitária e a aglomeração de pessoas.

Batizada de "Rio contra o Corona", a iniciativa está sendo realizada pela união de três organizações civis da cidade: o Instituto Ekloos, o Instituto Phi e o Banco da Providência.

Em uma semana, a iniciativa conseguiu entregar 20.000 litros de materiais de higiene e limpeza a 12.800 famílias de 18 comunidades do Rio de Janeiro, bem como distribuir 72 toneladas de alimentos.

A idealizadora do projeto é Andrea Gomides, fundadora do Instituto Ekloos, que atua na capacitação de empreendedores de comunidades cariocas.

"Na semana passada, eu estava em isolamento em casa, como a maioria das pessoas e me colocaram em um grupo do WhatsApp com o nome 'União Rio', que já estava se organizando para algumas coisas e me sensibilizei com aquilo", relatou Andrea à Xinhua.

"Como sou fundadora do Instituto Ekloos e já trabalhamos com as comunidades do Rio de Janeiro, imaginei como deveria ser difícil para eles passar por esta crise, e entrei em contato com o Instituto Phi e o Banco da Providência e lhes disse que tínhamos que fazer alguma coisa a respeito", acrescentou.

Graças à estrutura das três entidades, em poucas horas foi lançada a página web "Riocontracorona.org", através da qual as pessoas podem fazer doações para os mais necessitados da "Cidade Maravilhosa".

O funcionamento é simples: o Instituto Phi recebe as doações financeiras dos cidadãos, o Banco da Providência realiza a compra e o transporte para as comunidades e o Instituto Ekloos articula o recebimento e a distribuição dos produtos através dos líderes locais das comunidades.

"As doações começaram a chegar muito rapidamente e em dois dias já estávamos fazendo entregas. Em uma semana, conseguimos 20.000 litros de materiais de limpeza e higiene e 72 toneladas de alimentos, que já foram distribuídos, disse Andrea, para quem "é quase um milagre chegar a essas cifras em tão pouco tempo"

Conhecedora da realidade das favelas cariocas, Andrea Gomides destacou que "as pessoas precisam se conscientizar sobre qual é realidade das comunidades. As casas são muito pequenas e nelas convivem 6,7 ou até 8 pessoas em espaços que em casas de gente com mais dinheiro equivaleriam a um quarto".

"Além disso, também falta comida. Ontem eu estava falando com um desses líderes e ele me disse que entregou comida em uma casa na qual a pessoa que vivia ali lhe contou que estava bebendo água porque tinha fome", comentou.

Inicialmente, a iniciativa atenderá as comunidades nas quais essas organizações já atuam e onde já têm uma estrutura. Posteriormente, a intenção é que, com o aumento das doações e a mobilização de novas comunidades se possa ampliar o número de favelas e pessoas ajudadas.

A chegada da COVID-19 às favelas do Rio de Janeiro é uma grande preocupação das autoridades, já que nelas vivem milhares de pessoas em um espaço reduzido e com carência de infraestrutura sanitária e ventilação, o que facilita o aparecimento e disseminação de doenças e vírus.

Até o momento, foram confirmados dois casos na favela de Manguinhos e um caso na Cidade de Deus, Vidigal e Parada de Lucas.

Brasil é o país da América Latina mais afetado pela COVID-19. Segundo o último balanço do governo, o número de mortes chegou neste domingo a 136 e os casos positivos a 4.256.

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