Entrevista: Comunidade econômica global deve se unir devido pandemia de COVID-19, segundo especialista do Sri Lanka

Por Shiran Illanperuma

Colombo, 28 mar (Xinhua) - Comunidades globais e instituições financeiras devem se unir para colocar a economia mundial em ordem novamente devido a pandemia do COVID-19, disse um especialista em economia do Sri Lanka neste sábado.

Ajith Nivard Cabraal, consultor econômico sênior do primeiro-ministro, Mahinda Rajapaksa, disse à Xinhua que países em desenvolvimento como o Sri Lanka podem enfrentar desemprego, baixo crescimento econômico e problemas de dívida devido à pandemia do COVID-19.

"O Sri Lanka está analisando uma situação econômica criada por circunstâncias além de nós. Portanto, a comunidade global deve se unir para fornecer uma solução para colocar a economia mundial nos trilhos", disse Cabraal.

Cabraal, que é um ex-governador do Banco Central do Sri Lanka, disse que o país tentaria reverter as empresas e manter a economia à tona em meio às precauções tomadas contra a propagação do COVID-19 no país.

No entanto, ele observou que os maiores beneficiários de divisas do Sri Lanka incluem a fabricação de roupas e o turismo, que dependem da demanda externa que vem se contraindo devido ao impacto do COVID-19 nas economias desenvolvidas no Ocidente.

"Nenhuma quantidade de pacotes de estímulo do Sri Lanka pode ajudar a ressuscitar esses setores se as condições globais não forem adequadas", disse Cabraal.

Da mesma forma, os preços mais baixos do petróleo, embora sejam benéficos para a conta de importação do Sri Lanka, podem levar à perda de empregos para os trabalhadores migrantes do Sri Lanka na Ásia Ocidental. A perda resultante nas remessas pode negar o benefício dos baixos preços do petróleo, disse Cabraal.

"A crise atual precisará de uma resposta internacional semelhante ao sistema de Bretton Woods, que foi criado após a Segunda Guerra Mundial para promover a reconstrução e recuperação da demanda", disse Cabraal.

"Temos que pressionar instituições como o G20, o FMI, o Banco Mundial e a ONU para criar políticas globais para tratar dessas questões", acrescentou ele.