Governo brasileiro apresenta balanço de 30 dias de coronavírus no país

2020-03-27 12:42:34丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 26 mar (Xinhua) -- Técnicos do Ministério da Saúde do Brasil apresentaram nesta quinta-feira um balanço da epidemia do novo coronavírus (COVID-19), ao completar-se 30 dias desde a confirmação do primeiro caso no país, destacando que a evolução até o momento é compatível com as previsões do governo.

Em uma entrevista à imprensa, as autoridades apresentaram uma nova plataforma online na qual os dados sobre o comportamento da doença no país começarão a ser mostrados de forma mais detalhada, como um insumo para auxiliar os agentes de saúde nos diferentes estados brasileiros, aos especialistas e à população em geral.

A nova atualização apresentada hoje indicou que os casos confirmados do novo coronavírus passaram de 2.433 para 2.915, e o número de mortos de 57 para 77, o que representa uma taxa de letalidade de 2,7%.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, o primeiro mês de monitoramento e ações públicas para enfrentar à epidemia pôs em evidência os pontos fortes e fracos do sistema de saúde para enfrentar o desafio do coronavírus.

"Entre os pontos positivos nesses primeiros 30 dias está a comprovação da eficiência de nosso sistema de vigilância epidemiológica. Detectamos rapidamente o início da transmissão, estamos dando transparência aos dados de notificação, fizemos normatizações, instruímos o sistema. Foi um volume de trabalho muito intenso a partir do primeiro caso", ressaltou.

Entre os pontos negativos, Oliveira admitiu que houve a necessidade de melhorar o fluxo de notificação, sobretudo com o registro da informação, porque durante uma primeira fase foi realizado por telefonemas dos gestores locais para o Ministério.

"Outro ponto negativo são as dificuldades para a obtenção de insumos necessários para o enfrentamento, principalmente com relação aos equipamentos de proteção individual, que são um eixo central. Outro ponto central são os testes rápidos. Houve pouco investimento ao longo dos anos na automação dos laboratórios centrais de vigilância epidemiológica, que gastam muito tempo em procedimentos manuais", explicou.

Oliveira destacou que um grande desafio nas próximas semanas será que o Brasil terá 3 epidemias simultâneas: o novo coronavírus, a influenza e o pico da epidemia de dengue.

"Os desafios ainda são enormes, estamos entrando na sazonalidade dos vírus respiratórios. Teremos que monitorar as influenzas A E B simultaneamente ao coronavírus", ressaltou.

O Secretário Executivo do Ministério, João Gabbardo dos Reis, avaliou que os próximos 30 dias serão muito difíceis, mas evitou dar previsões pontuais, porque os dados disponíveis ainda não permitem.

"A previsão é que teremos 30 dias muito difíceis, chegaremos à fase crítica da pandemia. Não vamos reduzir os casos em 30 dias. Uma previsão de número de casos é muito difícil de fazer, as simulações que estão sendo feitas são muito precoces. Trabalhamos com vários cenários, os casos dependem de dois fatores, a transmissibilidade e o número de testes realizados", recordou.

"Então, não vamos fazer previsões, faremos o possível para ter o menor número de casos e óbitos. Nosso desafio e que a curva cresça o mínimo possível", destacou.

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