Cônsul-geral chinês no Rio divulga carta à imprensa brasileira refutando suposições sobre coronavírus

2020-03-24 11:54:02丨portuguese.xinhuanet.com

Por Janaína Camara da Silveira

Rio de Janeiro, 23 mar (Xinhua) -- O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, divulgou uma carta aberta à imprensa brasileira na qual refuta suposições de que o governo chinês teria criado o novo coronavírus propositadamente.

O jornal O Globo, que tem a maior circulação no Rio de Janeiro e abrangência nacional, reproduziu todo o conteúdo. Diversos outros veículos de comunicação brasileiros, como o Jornal do Brasil e a Revista Intertelas, também divulgaram a manifestação do diplomata.

No artigo, o cônsul-geral se refere a texto de outrem, classificado por ele como "racista" como uma tentativa de enganar brasileiros, em um momento em que, afirma o diplomata, a cooperação sino-brasileiro pode ser benéfica no combate à COVID-19, como a doença causada pelo novo coronavírus é chamada. "Caros amigos e amigas brasileiros, a única opinião correta daquele autor é que a nação chinesa está determinada a se tornar mais rica e forte. De fato, a civilização chinesa, com seus cinco mil anos de história, está realmente cada vez mais poderosa. Isso não resulta dos pequenos truques 'recomendados' pelo autor, mas sim da firme liderança do Partido Comunista da China, e das virtudes do povo chinês que aquele tipo de pessoa nunca possuirá: unidade, trabalho duro e sabedoria", afirma Li na carta.

TRECHOS IMPORTANTES REFUTAM INFORMAÇÕES INFUNDADAS

O cônsul-geral afirma que para "valorizar e salvaguardar as cooperações amigáveis entre a China e o Brasil", faz um apelo para que os brasileiros reconheçam os sacrifícios e os "elevados custos pagos pelo povo chinês para vencer o desastre súbito". No texto, ele informa que "foram enormes as perdas econômicas e a pressão financeira causadas pela suspensão das atividades econômicas e sociais na China por cerca de dois meses, pelos testes feitos na população, os isolamentos e tratamentos realizados para quase 100 mil casos suspeitos e mais de 80 mil casos confirmados da COVID-19".

Li lamenta ainda, "com muito pesar, mais de 3 mil óbitos dos nossos compatriotas, entre os quais cerca de 200 médicos e enfermeiras que sacrificaram as suas vidas na frente de combate à COVID-19". Segundo ele, tal situação provocou um "trauma psicológico inimaginável ao povo chinês porque essas vidas não podem renascer".

APOIO DE ENTIDADES BRASILEIRAS À CHINA

Nos últimos dias, entidades ligadas às relações sino-brasileiras divulgaram notas de apoio ao governo e ao povo chinês, caso da Rede Brasileira de Estudos da China (RBChina), que destaca que "como a história mostra, as pandemias não têm nacionalidade, elas são problemas globais que devem ser enfrentados com solidariedade, apoio à ciência e cooperação internacional". A Rede tem mais de 300 membros e reúne acadêmicos, jornalistas, advogados, funcionários públicos e outros profissionais especialistas em temas ligados à China.

O LIDE China, entidade voltada a aproximar laços entre China e Brasil, disse em nota que "o que precisamos agora é de união e, principalmente, solidariedade ao povo chinês, que está mostrando ao mundo de forma exemplar seu esforço hercúleo para vencer essa grande guerra".

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) manifestou em carta o apoio reiterado e alta consideração à China e às relações "profundas" entre os dois países "baseadas em respeito mútuo, cooperação e amizade". O texto é assinado em conjunto pelo IBRACH, instituto voltado à pesquisa acadêmica que envolve China e Brasil.

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