Ritmo de propagação da COVID-19 no Brasil é igual ao da Itália e está acelerando, segundo pesquisa

2020-03-21 16:28:16丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 20 mar (Xinhua) -- O ritmo de propagação da COVID-19 no Brasil atualmente é igual ao ocorrido na Itália, país com mais mortes causadas pelo vírus há apenas algumas semanas e está acelerando, segundo um estudo divulgado nesta sexta-feira.

Os dados foram revelados pelo Observatório COVID-19, que analisa os números da epidemia no país e do qual fazem parte sete universidades. Segundo a pesquisa, na próxima terça-feira o Brasil vai superar os 3.000 casos positivos do coronavírus e os casos vão dobrar a cada 54 horas e 43 minutos.

"Nossos cálculos corroboram a ideia que o início da curva epidêmica brasileira é igual aos da Itália e Espanha quando esses países estavam no começo da epidemia", explicou ao portal G1 o professor Roberto Kraenkel, do Instituto de Física Teórica da Universidade Regional de São Paulo (Unesp).

Um dos cálculos feitos no estudo é sobre o tempo de duplicação dos infestados.

"Uma forma de acompanhar a epidemia é acompanhar o tempo de duplicação dia a dia. Se as ações de contenção surtirem efeito, observaremos o aumento do tempo de duplicação. Esta é uma forma de saber se estamos conseguindo domar o coronavírus", acrescentou Kraenkel.

Segundo divulgou nesta quinta-feira o Ministério da Saúde brasileiro, o tempo para dobrar os casos era de 2,28 dias, e agora está caindo. "Quanto mais baixo for esse intervalo, mais rápida corre a pandemia no país", disse o professor.

O Brasil registrou o primeiro caso do coronavírus em seu território no dia 26 de fevereiro. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo governo, os casos positivos já somam 904 com 11 mortes.

Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que dentro de uns dez dias a curva epidêmica do novo coronavírus deve iniciar uma subida pronunciada, e que "claramente" o sistema de saúde brasileiro deve entrar em colapso no final de abril.

O ministro previu que a fase de aumento intenso de casos deve durar em abril, maio e junho, com um platô a partir de julho, para começar a cair a partir de setembro.

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