Observatório Econômico: Após novo patamar, setor chinês de terceirização de serviços visa futuro além da epidemia

Beijing, 20 fev (Xinhua) -- A indústria de terceirização de serviços da China atingiu um novo marco de crescimento no ano passado ao passo que o país mantém seu apoio para o setor, considerado importante para a modernização econômica e a criação de empregos.

As empresas chinesas assinaram contratos de terceirização de serviços no valor de cerca de 1,57 trilhão de yuans (US$ 223,7 bilhões) em 2019, aumento de 18,6% em termos anuais, enquanto o valor anual dos contratos executados superou 1 trilhão de yuans pela primeira vez, com um crescimento anual de 11,5%, segundo os dados mais recentes do Ministério do Comércio divulgados na quinta-feira.

Do total, os contratos de terceirização de serviços offshore somaram 920,7 bilhões de yuans no ano passado, subindo 15,6% em termos anuais. Os Estados Unidos, a União Europeia e a Região Administrativa Especial de Hong Kong eram os três maiores mercados em termos de volume de negócios, respondendo por 54,5% do total, disse o porta-voz da pasta, Gao Feng, durante uma coletiva online.

O valor dos contratos executados com os Estados Unidos aumentou 10,3% em termos anuais para 132,5 bilhões de yuans em 2019, informou.

A terceirização, realizada com o fim de cortar custos, é a prática comercial de contratar uma parte fora de uma companhia para prestar serviços e criar bens que tradicionalmente eram feitos internamente pelos funcionários da própria companhia. Na China, a terceirização de serviços está tipicamente dividida em três subsetores: terceirização de tecnologia da informação (ITO), terceirização de processo comercial (BPO) e terceirização de processo de conhecimento (KPO).

A China vê o desenvolvimento da terceirização de serviços como útil para manter o investimento estrangeiro e o emprego estáveis e promover a modernização econômica. Embora tenha entrado relativamente tarde nesse setor, a China tem suas próprias vantagens e fez progresso rápido.

O país prometeu aumentar esforços para promover a transformação e atualização dos serviços terceirizados, com a visão de alcançar melhor estrutura e qualidade no setor de serviços.

Como a pneumonia do novo coronavírus (COVID-19) começa a exercer impacto na economia da China, o Ministério do Comércio lançou políticas favoráveis para garantir o desenvolvimento estável do setor de terceirização de serviços, que atua como um pilar nas exportações de serviços produtivos da China e um importante criador de empregos para os universitários formados.

Uma circular divulgada pelo ministério em 11 de fevereiro prometeu apoio dedicado aos provedores de serviços que sofrem com pressões de fluxo de caixa e quedas comerciais por causa do vírus.

O ministério pediu aos departamentos de comércio locais que entendam totalmente a importância de apoiar as empresas de terceirização de serviço a combater a epidemia e a tomar iniciativa para fazer seu melhor para solucionar os problemas para as empresas, segundo a circular.

Novos esforços incluem o auxílio ao setor para que se beneficie mais do novo imposto apoiador do país e das políticas financeiras e de recursos humanos, fornecimento direcionado de equipamentos de prevenção de doenças, apoio à retomada de trabalho e produção e otimização dos serviços administrativos.

Intensificar o apoio de macropolítica para a economia mais ampla também reduziria a influência para o setor. Por exemplo, as autoridades financeiras da China promoveram apoio direcionado para as micro, pequenas e médias empresas para rebaixar seus custos do financiamento, em um esforço para lidar com os desafios de fluxo de caixa a curto prazo.

Lian Ping, economista-chefe do Banco de Comunicações, disse que a resiliência inata da economia chinesa, assim como o uso de ajustes anticíclicos, ajudará o país a manter o crescimento estável apesar do surto da COVID-19.

O surto pode exercer uma pressão descendente de curta duração para o consumo e investimento, mas não mudará os fundamentais econômicos sólidos do país, disse Lian à Xinhua em uma entrevista, acrescentando que o país tem suficiente espaço de política para manter um crescimento estável.

"O pessimismo sobre o impacto da epidemia no crescimento de longo prazo da China não se sustenta", disse Lian.