Destaque: Uma corrida mundial contra o coronavírus: ciência e tecnologia
Beijing, 7 fev (Xinhua) - Cientistas de todo o mundo estão trabalhando juntos para neutralizar um inimigo ameaçador para a humanidade este ano, o novo coronavírus.
Tudo, desde a pesquisa do patógeno, o sequenciamento do genoma até o teste de drogas e o desenvolvimento de vacinas, se preparou para uma corrida contra o vírus.
IDENTIFICANDO O CAUSADOR
Reconhecer o que nós seres humanos estamos lutando contra é o primeiro passo para derrotar o vírus.
Pesquisadores chineses responderam rapidamente após o surto. Eles isolaram um novo tipo de coronavírus dos primeiros pacientes, descobriram toda a sequência do genoma e a compartilharam prontamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
"A velocidade com que a China detectou o surto, isolou o vírus, sequenciou o genoma e o compartilhou com a OMS e o mundo é muito impressionante, além de palavras. Assim como o compromisso da China com a transparência e o apoio aos outros países", disse o direto-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva em Genebra no dia 30 de janeiro.
Pesquisas de acompanhamento em outros países também produziram resultados frutíferos. Cientistas australianos disseram ter obtido uma amostra do vírus de um paciente e especialistas na Itália declararam que conseguiram a separação do coronavírus.
Johan Neyts, professor de virologia da Universidade de Leuven, na Bélgica, disse à Xinhua que, desde a identificação do vírus até o desenvolvimento de uma ferramenta para testes, há tantas coisas que precisam ser feitas em um período tão curto. É como uma corrida contra o tempo.
ENCONTRANDO UMA CURA
A OMS afirmou que atualmente não existem medicamentos específicos para o novo coronavírus, e a comunidade científica mundial está trabalhando para encontrar tratamentos eficazes.
O remdesivir, um medicamento antiviral experimental desenvolvido pela empresa biofarmacêutica dos EUA Gilead Sciences, começou a chamar atenção nos últimos dias.
Um estudo publicado no final de janeiro no New England Journal of Medicine disse que os sintomas clínicos de um paciente com coronavírus diminuíram depois de tomar o medicamento.
O professor associado, Ian Mackay, do Centro Australiano de Pesquisa de Doenças Infecciosas, disse em uma entrevista à Xinhua na segunda-feira que os dados primários mostram que o efeito do novo medicamento é inspirador, mas está pendente de testes clínicos em larga escala.
Mais boas notícias vieram da Tailândia. O Ministério da Saúde Pública da Tailândia revelou um caso em seu site no dia 2 de fevereiro de que uma combinação do medicamento anti-gripe Oseltamivir e a combinação anti-HIV de Lopinavir e Ritonavir melhoraram a condição de um paciente com coronavírus após 48 horas, que deu negativo para o vírus. No entanto, a equipe médica descobriu que a terapia pode não ser eficaz para todos os pacientes, com pelo menos um caso de alergia relatado.
PESQUISA PRECISA DE PACIÊNCIA
É difícil realizar pesquisas científicas de uma hora para outra. O processo de exploração é muitas vezes tortuoso. Especialistas estão pedindo mais compreensão e paciência para com os pesquisadores científicos.
Na pesquisa da nova vacina contra o coronavírus, por exemplo, o entendimento é sempre necessário, pois o desenvolvimento da vacina geralmente leva muito tempo.
Embora seja altamente improvável que a vacina seja capaz de acompanhar o vírus no estágio inicial de sua disseminação, instituições científicas e empresas farmacêuticas globais estão ocupadas desenvolvendo vacinas com uma eficiência recorde.
Richard Hatchett, CEO da Coalizão de Inovações para a Preparação de Epidemias, disse que espera que a vacina possa ser aplicada a um teste clínico em um período de 16 semanas, mas que um teste de fase 1 pode levar de dois a quatro meses.
Comprometida em financiar e coordenar o desenvolvimento de novas vacinas, a aliança com sede na Noruega anunciou que oferecerá uma doação de 12,5 milhões de dólares americanos a três instituições para desenvolver vacinas para o novo coronavírus.
"Nosso objetivo é poder fabricar mais de 200.000 doses de uma nova vacina, demonstrar segurança e a probabilidade de eficácia e estarmos pronto para a implantação em campo em menos de seis meses", disse à Xinhua o Dr. Keith Chappell, co-líder de um projeto de vacina na Universidade de Queensland, na Austrália.
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