Resposta à epidemia deve ser baseada na ciência, não no medo, diz porta-voz da chancelaria
Beijing, 5 fev (Xinhua) -- O pânico é mais mortal e contagioso do que qualquer vírus, e todas as respostas à epidemia devem ser baseadas na ciência e não no medo, disse nesta quarta-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.
A funcionária fez as observações quando solicitada a comentar algumas reportagens da mídia norte-americana que afirmam que as medidas restritivas causadas pelo coronavírus tomadas pelos Estados Unidos prejudicariam gravemente as empresas americanas que dependem de produtos ou clientes chineses.
Além disso, segundo um relatório divulgado pelo Goldman Sachs recentemente, o crescimento anual dos EUA deve desacelerar 0,4 ponto percentual no primeiro trimestre devido ao surto do coronavírus, já que as restrições norte-americanas reduzirão o número de turistas chineses em 28% e suas despesas em US$ 5,8 bilhões.
Hua destacou que a mídia, think tanks, especialistas e estudiosos de muitos países já manifestaram preocupação com as medidas restritivas excessivas adotadas por algumas nações. Ela acrescentou que a Organização Mundial da Saúde enfatizou muitas vezes que não recomenda medidas de intervenção desnecessária nas viagens e no comércio internacional e pediu a todos os países que combatam a disseminação de rumores, se baseiem na ciência e tomem medidas fundamentadas em evidências.
"Esperamos que o país relevante respeite as recomendações profissionais certificadas da OMS e dê uma resposta racional e baseada na ciência à situação atual, em vez de exagerar na reação", apontou a porta-voz.
Observando que a gripe sazonal nos Estados Unidos tinha infectado 19 milhões de pessoas e causado cerca de 10 mil mortes segundo estatísticas do lado norte-americano, Hua lembrou que, a partir de 1º de fevereiro, o número de pessoas curadas da infecção por coronavírus tem excedido o de mortes. "Até o final de 4 de fevereiro, 892 pacientes foram curados e receberam alta, quase o dobro do número de mortes pelo vírus. A quantidade de novos casos suspeitos caiu pelo segundo dia consecutivo", destacou Hua.
Salientando que os interesses e destinos de todos os países estão entrelaçados na era da globalização, Hua enfatizou que, perante uma crise de saúde pública, todos devem se unir e superar as dificuldades com solidariedade, a fim de salvaguardar os interesses comuns.
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