Governo do Brasil registra menor déficit primário desde 2014

Brasília, 29 jan (Xinhua) -- As contas do Governo Central do Brasil apresentaram um déficit primário de R$ 95,065 bilhões (US$ 22,527 bilhões) em 2019, correspondentes a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o menor resultado negativo desde 2014, informou nesta quarta-feira a Secretaria do Tesouro Nacional.

Houve uma melhora de 23,7% em termos reais com relação ao ano anterior, quando o déficit registrou R$ 120,2 bilhões (US$ 28,483 bilhões, em valores atuais).

O resultado de 2019 foi composto por um superávit de R$ 118,11 bilhões (US$ 27,985 bilhões) do Tesouro Nacional e do Banco Central, e por um déficit de R$ 213,2 bilhões (US$ 50,521 bilhões) do sistema de aposentadorias.

Este foi o sexto ano consecutivo de déficit nas contas do governo federal, apesar da meta anunciada a princípios do ano passado pelo ministro de Economia, Paulo Guedes, de reduzir a zero o déficit fiscal em 2019.

Por outro lado, o déficit foi menor que a meta estabelecida pelo Congresso no ano passado, quando autorizou o governo a registrar um déficit primário de até R$ 139 bilhões (US$ 32,938 bilhões).

"Temos o desafio de seguir cumprindo o teto de gastos para continuar este ajuste. O Brasil ainda está com as contas no vermelho .O ajuste está ocorrendo pouco a pouco, movendo-se na direção correta", disse Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional.

Entre as razões da diminuição do déficit do governo em 2019 estão a renda extraordinária de R$ 23,69 bilhões (US$ 5,613 bilhões) com a chamada "transferência onerosa", fundos obtidos com o leilão de campos submarinos de petróleo, além de uma boa arrecadação fiscal, que teve seu melhor resultado em cinco anos.

A arrecadação de impostos no Brasil fechou 2019 em R$ 1,537 bilhão (US$ 364,218 milhões), um aumento de 1,69% em comparação com 2018, e o melhor resultado anual desde 2014.