Mercado de frutos do mar de Wuhan pode não ser única fonte do novo coronavírus

Beijing, 29 jan (Xinhua) -- O mercado de frutos do mar em Wuhan, capital da Província de Hubei, centro da China, pode não ser a única fonte do surto do novo coronavírus (2019-nCoV), declarou um especialista chinês em doenças pulmonares.

Huang Chaolin, vice-diretor do Wuhan Jinyintan Hospital, revelou em uma entrevista recente à revista Caixin que poderia haver diversos lugares onde o vírus começou a ser transmitido para os humanos.

O Wuhan Jinyintan Hospital é um dos hospitais designados da cidade para receber pacientes infetados com o novo vírus. Huang e sua equipe publicaram recentemente uma tese no Lancet, renomada revista médica do mundo, explicando algumas descobertas iniciais sobre os dados clínicos coletados nos primeiros 41 casos do novo coronavírus.

O primeiro paciente, que foi admitido no hospital de Huang em 1º de dezembro de 2019, não teve nenhuma exposição direta ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan em Wuhan, que anteriormente era considerado a fonte da epidemia. A família dele também não tinha febre ou sintomas respiratórios, segundo a tese.

Entre os três pacientes seguintes admitidos em 10 de dezembro, dois não tiveram exposição ao mercado de frutos do mar. No total, apenas 27 dos 41 casos tinham relação com o mercado, disse o artigo.

"Ao julgar a situação por completo, o mercado de frutos do mar pode não ser a única fonte. (A origem do novo coronavírus) poderia ser múltipla", disse Huang.

Mas nenhum indício sobre outras fontes foi descoberto.

O mercado de frutos do mar está localizado no distrito de Jianghan da cidade, a menos de um quilômetro à estação ferroviária de Hankou, que geralmente é muito movimentada. Além de frutos do mar, aves e carne de animais selvagens também eram vendidas no mercado antes de ser fechado em 1º de janeiro.

Especialistas do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças detectaram o novo coronavírus com sucesso nas amostras coletadas no mercado. Trinta e três das 585 amostras do mercado continham o ácido nucleico do vírus.

Até o fim da terça-feira, o novo coronavírus havia infectado 5.974 pessoas na China, causando 132 mortes.