Brasil quer converter o etanol em commodity com ajuda da Índia
Rio de Janeiro, 24 jan (Xinhua) -- O governo brasileiro quer transformar o etanol, biocombustível feito a partir da cana de açúcar, em uma commodity em parceria com a Índia, informaram fontes oficiais.
Em visita oficial a Nova Déli, onde acompanha o presidente Jair Bolsonaro, o ministro de Minas e Energia brasileiro, Bento Albuquerque, assegurou que os dois países devem se unir para promover o etanol.
"O Brasil é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar no mundo. A Índia é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e acho que nós devemos e podemos cooperar nesse âmbito", disse em entrevista à imprensa.
"Essa cooperação envolve o desenvolvimento de tecnologias e o propósito disto vai beneficiar a todos. É o etanol, o biocombustível, se tornando uma commodity internacional", acrescentou.
Segundo Albuquerque, a cooperação entre os dois países é estratégica, porque a Índia possui o mercado energético que mais cresce no mundo e deve se tornar o principal importador mundial de energia nos próximos anos.
O país asiático importa 80% do petróleo que consome, e um dos seus exportadores é o Brasil. O produto é o item de maior peso no comércio bilateral dos dois países.
"O Brasil já tem essa relação com a Índia e desde o ano passado nos tornamos exportadores de petróleo, nossa produção está aumentando, vai continuar a aumentar e achamos que a importação da Índia nos próximos anos vai crescer. Até porque a Índia será o maior importador de energia do mundo", afirmou o ministro.
Durante sua visita oficial à Índia, o governo brasileiro vai assinar três memorandos de entendimento nos setores de petróleo, gás e biocombustíveis; energias renováveis (como solar, eólica) e mineração.
"Estamos falando de dois países grandes, o Brasil é a nona economia do mundo, a Índia é a quinta. Temos complementaridades imensas nos setores de energia, petróleo, gás, biocombustíveis, geração de energia solar, eólica, e também de biomassa e a mineração", destacou Albuquerque.
O ministro destacou o interesse indiano em aumentar os investimentos no setor de energia no país. Atualmente, a Índia tem investimentos no Brasil relacionados à transmissão de energia e há a possibilidade de que as empresas indianas também passem a atuar no segmento de geração de energia.
No setor de mineração, o Brasil quer ampliar a exportação de ouro para a Índia. "Já exportamos ouro para Índia e podemos aumentar muito mais essa cooperação. A Índia tem cerca de 95 elementos minerais e o Brasil, cerca de 80. Temos muito a aprender e intercambiar neste setor", concluiu o ministro.
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