Diplomata brasileiro analisa Brasil na nova rota da seda

2020-01-15 14:05:08丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 14 jan (Xinhua) -- Diego de Souza Araujo Campos, diplomata e assessor Internacional da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil, escreveu em um artigo no qual afirma que o Brasil e a China devem aproveitar a Iniciativa do Cinturão e Rota para impulsionar a parceria bilateral.

Diego de Souza indicou em seu artigo que, em 2019, foi celebrado o 70º aniversário da fundação da República Popular da China, ator de importante relevância na economia e no comércio internacionais. Nesse contexto, as potencialidades da cooperação entre o Brasil e a China, parceiros estratégicos, podem ser fomentadas na lógica de um relacionamento bilateral pragmático e de benefícios mútuos, tendo como um de seus pilares a Iniciativa do Cinturão e Rota e a chamada Rota da Seda Digital do Século XXI.

No recente seminário internacional Novos Anseios da Política Exterior Brasileira: Renovar para Avançar, organizado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, recordou que os investimentos chineses são substanciais no Brasil. Hoje, existem mais de 300 empresas chinesas operando em território brasileiro, com ênfase na agricultura, infraestrutura, energia e mineração. Ele lembrou ainda da cooperação em tecnologia espacial, que começou na década de 1980, e das possibilidades de transferência de tecnologia 5G para o Brasil.

As palavras do embaixador chinês trazem à tona as potencialidades da parceria estratégica Brasil-China, que pode ganhar contornos cruciais para o desenvolvimento não apenas da infraestrutura física, mas também digital no Brasil. Para tanto, convém mencionar as oportunidades para o país no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota, ou seja, da plataforma multilateral, lançada pela China há alguns anos, que visa fomentar investimentos em infraestrutura, com o objetivo de beneficiar o livre comércio.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no estudo "China's Belt and Road Initiative in the Global Trade: Investment and Financial Landscape", mostra que, em um cenário de queda do investimento médio em infraestrutura ao redor do mundo, tal iniciativa significa estímulo crucial ao fomento do comércio internacional, criando maior conectividade e, consequentemente, estimulando as trocas comerciais e os novos investimentos em infraestrutura.

O Brasil, carente de infraestrutura e de investimentos produtivos, não pode ficar de fora da plataforma que pode transformar o país em um verdadeiro centro de conectividade, física e tecnológica, aproveitando sinergias e interesses com os chineses, disse Diego de Souza.

O diplomata acrescentou que dessa forma, a própria integração sul-americana seria beneficiada, pois o fomento da infraestrutura brasileira criará capilaridades para outros países da região, como cabos de fibra ótica interligando o Brasil a vizinhos, tornando-o uma espécie de indutor da interligação e da conectividade sul-americanas, com o apoio de capitais provenientes da China e de outros países asiáticos.

Diego de Souza sugeriu que o Brasil pode e deve inserir-se na Rota da Seda Digital do Século XXI, caracterizada pela cooperação transfronteiriça na economia digital, na nanotecnologia e na computação quântica, na inteligência artificial, no Big Data, na computação em nuvem e no desenvolvimento de cidades inteligentes. Entre outros objetivos, a referida rota pretende acabar com gargalos na cobertura digital, com a construção de cabos transfronteiriços e submarinos, bem como com a construção e o lançamento de satélites.

A Rota da Seda Digital ilustra as potencialidades das relações Brasil-China no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota. O diplomata brasileiro acredita que as portas da cooperação estão abertas para ambos os país, seguindo a lógica do pragmatismo e dos ganhos mútuos.

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