Observatório Econômico: Corte de depósito compulsório da China apoiará economia real

2020-01-03 10:45:06丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 3 jan (Xinhua) -- Em sua mais recente medida para cortar depósito compulsório, o banco central da China intensificou os esforços para estimular a economia real e reduzir os custos do financiamento social.

O Banco Popular da China (BPC) anunciou na quarta-feira o corte de depósito compulsório para instituições financeiras, ou seja, o nível de capital que os bancos devem manter como reservas, em 50 pontos-base a partir de 6 de janeiro.

Estima-se que a medida compense a escassez de liquidez antes da Festa da Primavera, ou o Ano Novo Lunar Chinês, para manter a liquidez geral do sistema bancário basicamente estável, informou um funcionário do BPC.

Referindo-se à redução como parte dos ajustes anticíclicos do país, o funcionário enfatizou que a posição de política monetária prudente permaneceu intata e excluiu a possibilidade de estímulo "semelhante a uma inundação".

O anúncio, "não tão surpreendente para muitos no mercado", teve como objetivo aliviar a escassez de liquidez resultante do vencimento dos acordos de recompras reversas (reverse repos) e facilidade de empréstimo direcionado de médio prazo em janeiro, assim como uma maior demanda de dinheiro antes do feriado, observou o gigante bancário suíço UBS em uma nota de pesquisa.

Também foi conducente para a emissão de títulos especiais dos governos locais em janeiro e fevereiro, disse o UBS.

Segundo o BPC, o corte geral do depósito compulsório liberará cerca de 800 bilhões de yuans (US$ 114,6 bilhões) em fundos de longo prazo, injetando liquidez e diminuindo os custos do financiamento para a economia real.

Com mais de 120 bilhões de yuans em fundos de longo prazo a serem desbloqueados para credores de pequeno e médio porte, o banco central pediu às instituições financeiras que aumentem o suporte para as empresas pequenas, micro e privadas.

Na semana passada, o premiê chinês, Li Keqiang, anunciou que concederia um maior apoio a bancos de pequeno e médio porte que prestam serviços diretos para as pequenas e micro empresas durante uma visita de inspeção em Chengdu, capital da Província de Sichuan, sudoeste da China, dizendo que seria executada uma pesquisa sobre o uso de várias ferramentas, incluindo o depósito compulsório.

O corte também ecoou o compromisso do banco central feito na manhã de quarta-feira durante uma reunião, em que foi prometido avançar na reforma financeira estrutural no lado da oferta para um desenvolvimento de alta qualidade e orientar as instituições financeiras a elevar os empréstimos para a economia real.

Ao reconhecer os efeitos positivos do corte no sentimento de mercado, o grupo asiático de serviços financeiros Nomura estimou mais liquidez a ser liberada no futuro, pois a medida poderia não ser suficiente para preencher a escassez de liquidez em janeiro.

O UBS também antecipou outro possível corte de depósito compulsório ainda em 2020, visto que o país está se esforçando para impulsionar o crescimento de crédito, mas negou a possibilidade de um grande estímulo.

Realizada em dezembro de 2019, a Conferência Central de Trabalho Econômico salientou que o país enfrenta uma crescente pressão econômica para baixo em meio a problemas estruturais, institucionais e cíclicos interligados, prometendo medidas de política mais fortes para manter a economia em um caminho estável.

O PIB do país cresceu 6,2% em termos anuais nos primeiros três trimestres de 2019, apesar dos ventos contrários internos e das incertezas externas.

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