(Multimídia) China começa defeso de 10 anos no Rio Yangtzé

Fiscalizadores das autoridades de pesca e segurança pública patrulham uma área de conservação de golfinho no rio Yangtzé em Anqing, Província de Anhui, no leste da China, em 1º de março de 2019. A China impôs uma proibição de pesca de quatro meses nos rios Yangtzé, Pérolas, Huai, Qiantang e Min assim como nas águas interiores na ilha de Hainan. (Xinhua/Huang Youan)

Beijing, 3 jan (Xinhua) -- A China começou na quarta-feira um período de defeso de 10 anos em importantes áreas do Rio Yangtzé para proteger a biodiversidade no rio mais longo do país, segundo o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais.

A partir deste ano, o defeso será observado em 332 áreas de conservação na bacia do Rio Yangtzé e, até 1º de janeiro de 2021, já estará vigorando em todas as vias naturais do rio e seus principais afluentes.

O defeso de 10 anos começará até 1º de janeiro de 2021 nas vias naturais dos lagos grandes conectados ao Yangtzé, tais como o Dongting e o Poyang.

A medida será adotada também em outras vias naturais na bacia do Rio Yangtzé, disse o ministério, com a escala e a duração sujeitas à decisão de autoridades pesqueiras de nível provincial.

A moratória pesqueira é uma importante medida para lutar contra a degradação dos recursos biológicos e da biodiversidade no Rio Yangtzé, que têm sofrido com as atividades humanas como sobrepesca, poluição e barragem há muito tempo, disse o vice-ministro da Agricultura e Assuntos agrícolas, Yu Kangzhen.

A deterioração biológica reduziu as atividades de pesca ao longo do Yangtzé, que atualmente produz apenas 0,32% dos produtos aquáticos de água doce da China. Nos últimos anos, a captura anual do Yangtzé caiu para menos que 100 mil toneladas, ante 420 mil nos anos 1950.

O defeso de 10 anos terá influência sobre 110 mil barcos e 280 mil pescadores em 10 regiões provinciais ao longo do rio. O ministério prometeu fornecer serviços de previdência social, apoio financeiro e treinamentos profissionalizantes para os pescadores que tiverem que descobrir novos meios de vida.

Por exemplo, os pescadores que passarem a trabalhar em terra poderão atuar como patrulheiros e protetores do rio como membros da equipe que executa o defeso, disse Yu.

Esforços também serão feitos para proteger espécies raras e promover o monitoramento sobre a vida aquática no Yangtzé e para melhorar a proteção e as estratégias de gestão em concordância com o progresso de restauração do recurso biológico, segundo Yu.

O pescador Yang Zhiming atualmente administra um negócio de frango e ganso em um mercado na vila de Yanwanghu, no distrito de Hanshou, na Província de Hunan (centro).

Yang comprou um estande no mercado com o subsídio de 20 mil yuans para pescadores do governo local em 2008. "Minha família pescava quando havia peixe no rio e vendia agrião e estragão quando havia defeso na primavera, e nós podíamos viver disso", disse ele.

"Atualmente, o defeso de 10 anos começou, e minha família não tem que se preocupar demais, pois nós podemos fazer alguns negócios no mercado", disse ele.

"O Lago Dongting é a casa dos pescadores. Nós paramos com a pesca para proteger nossa casa", acrescentou ele.

Barcos de pesca no rio Pengxi, um afluente do rio Yangtzé, no distrito de Yunyang, Município de Chongqing, no sudoeste da China, em 1º de março de 2019. (Xinhua/Xie Hong)