Negociações climáticas da ONU terminam sem acordo sobre questões-chave

2019-12-17 11:11:33丨portuguese.xinhuanet.com

SPAIN-MADRID-COP25-CLOSING PLENARY

Foto tirada no dia 15 de dezembro de 2019 mostra uma cena de encerramento do plenário da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25) em Madri, Espanha, 15 de dezembro de 2019. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25) terminou no domingo depois de uma prorrogação sem precedentes, uma vez que os negociadores não conseguiram chegar a um acordo no Artigo 6 do Acordo de Paris de 2015 sobre os detalhes dos mecanismos de mercado de carbono. (Xinhua/Lu Yang)

Madri, 15 dez (Xinhua) - A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25) terminou no domingo após uma prorrogação sem precedentes, uma vez que os negociadores não conseguiram chegar a um acordo no Artigo 6 do Acordo de Paris de 2015 sobre os detalhes dos mecanismos de mercado de mercado.

As negociações estavam programadas para terminar na sexta-feira, mas continuaram durante todo o sábado e até domingo de manhã. Com mais de 40 horas de prorrogação, foi a COP mais longa da história, que era bastante usual ser estendida devido discussões intensas.

MECANISMOS DE MERCADO

"Tivemos tantas conversas até tão tarde, sem dormir durante a noite toda", disse Carolina Schmidt, presidente da COP25 e ministra do Meio Ambiente do Chile, no plenário de encerramento da conferência que terminou no domingo à tarde.

Nas últimas duas semanas, delegados de quase 200 países focaram no Artigo 6 do Acordo de Paris de 2015, que trata de alguns detalhes técnicos da implementação do acordo na construção de mecanismos de mercado, especialmente no mercado global de carbono.

"Queremos fechar o Artigo 6... que irá gerar recursos para a realização de projetos, e os projetos nos permitirão avançar em direção ao desenvolvimento sustentável... os mecanismos contribuem para nos ajudar no avanço", disse Schmidt.

"Claramente, é dito que chegamos ao acordo, mas estávamos muito próximos. Agradeço seus esforços, as longas horas e a obtenção de um acordo que estávamos no limite. Temos um progresso concreto em textos concretos para nos permitir olhar adiante com esperança", segundo Schmidt.

No plenário de encerramento, os delegados da maioria dos países expressam seu arrependimento ou frustração por não conseguirem chegar ao acordo sobre o artigo 6. O trabalho será deixado para uma discussão mais aprofundada no próximo congresso COP26, que está programado para ser realizado em Glasgow ano que vem.

ESFORÇOS CHINESES

Em um comunicado divulgado após o plenário de encerramento, a delegação chinesa disse que a China teve um papel positivo e construtivo durante o evento. Embora o acordo sobre o Artigo 6 não tenha sido alcançado, a China promoverá que todas as partes envolvidas cheguem ao consenso o mais rápido possível.

"Os resultados do congresso estão abaixo das nossas expectativas, especialmente que a questão central, que trata dos detalhes de implementação do artigo 6, chegou apenas a uma conclusão processual. Acredito que todos estamos lamentando e não pudemos corresponder aos nossos esforços", disse Zhao Yingmin, chefe da delegação chinesa e vice-ministro da Ecologia e Meio Ambiente, no plenário de encerramento em nome dos chamados países BASIC que são China, Brasil, Índia e África do Sul.

Zhao também observou que os países do BASIC se sentiram desapontados pelos países desenvolvidos não atenderem à demanda por financiamento dos países em desenvolvimento. Os quatro países também lamentaram o arranjo da implementação e ambição pré-2020. Ele convidou os países desenvolvidos a tomarem ações efetivas para preencherem a lacuna no corte de emissões e o apoio aos países em desenvolvimento.

Zhao disse que a China trabalhará com outras partes para abordarem a "última milha" da implementação do Acordo de Paris e realizará a cooperação Sul-Sul em mudanças climáticas.

Os países participantes também tiveram diferenças nas ambições de lidarem com as mudanças climáticas, já que alguns países desejam ter metas mais ambiciosas, mas outros querem seguir as metas estipuladas no Acordo de Paris.

Os negociadores fizeram um balanço das ações e da implementação que abordam as mudanças climáticas no período pré-2020. Adaptação às mudanças climáticas, financiamento, transferências tecnológicas e capacitação também foram discutidos.

HORA DE AÇÂO

Entre os documentos adotados, está o acordo "Hora de Ação Chile-Madri", que estabelece as bases para que os países apresentem Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) mais ambiciosas até 2020 em resposta à emergência climática.

Expressa a "necessidade urgente" desses novos compromissos dos países de preencherem a lacuna existente com a meta do Acordo de Paris de evitar um aumento de temperatura superior a 1,5 graus Celsius.

De acordo com uma declaração emitida pelo Ministério da Transição Ecológica da Espanha, a COP25 reafirma o valor do multilateralismo e da cooperação internacional para resolver um desafio global, como as mudanças climáticas.

"Mesmo em contextos globais complexos, a COP25 não abandonou a agenda climática em um momento crucial para a implementação do Acordo de Paris. Pelo contrário, mostrou um multilateralismo ativista", disse a ministra do Meio Ambiente espanhola, Teresa Ribera.

A conferência mudou do Chile para a Espanha no último minuto, devido protestos na capital chilena, Santiago.

Mais de 26.000 pessoas vieram à capital espanhola para o evento, incluindo pessoas de ONGs, setores privados e instituições multilaterais que promoveram a cooperação global para combater as mudanças climáticas, enquanto muitos ativistas climáticos realizaram vários protestos fora do local do congresso e no centro de Madri.

   1 2   

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001386371281