Como a China lida com seu stress hídrico

2019-12-12 20:23:21丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 12 dez (Xinhua) -- Quando a água começou a jorrar para o norte pela rota central do megaprojeto de desvio de água da China em 2014, o presidente chinês, Xi Jinping, a considerou uma importante infraestrutura estratégica para otimizar os recursos hídricos, impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável e melhorar os meios de subsistência das pessoas.

Cinco anos depois, o projeto, criado para levar água do rio mais longo da China, o Yangtzé, para alimentar a região árida do norte, incluindo Beijing, Tianjin e as províncias de Hebei e Henan, foi provado ser uma "linha de vida" confiável para o suprimento de água nas regiões receptoras.

Até agora, as rotas do meio e leste entregaram quase 30 bilhões de metros cúbicos de água ao norte, beneficiando mais de 120 milhões de pessoas, segundo as informações divulgadas na quinta-feira em uma entrevista coletiva do Ministério de Recursos Hídricos.

Na capital chinesa, mais de 70% da água potável nas principais áreas urbanas vinha de canais e dutos de água do sul, beneficiando mais de 12 milhões de residentes, mais da metade da população total da cidade.

O projeto, com sua rota ocidental ainda em fase de pré-construção, destacou os esforços intensos da China para lidar com o stress hídrico.

O país possui cerca de 20% da população mundial, mas apenas 6% de recursos de água doce. Sua disponibilidade de água per capita é apenas um quarto da média mundial.

Considerando que a economia chinesa ainda está avançando a um ritmo relativamente rápido, a demanda por água deve aumentar, tornando a escassez de água um problema crônico.

Um problema maior é a distribuição desigual. A maior parte da escassez de água está no norte seco, onde se concentram as indústrias e a agricultura.

A definição internacional de escassez de água é de mil metros cúbicos de água utilizável por pessoa, por ano. Beijing, mesmo depois de receber os suprimentos do sul, possui menos de um sexto desse valor.

Ao longo dos anos, além da construção de grandes projetos para equilibrar o suprimento de água, as autoridades da China intensificaram os esforços para proteger os recursos.

"Águas transparentes e montanhas exuberantes são ativos inestimáveis". Desde que Xi assumiu o cargo do presidente chinês, ele pediu repetidamente esforços conjuntos para promover a proteção ecológica.

Em setembro, Xi exigiu melhor uso dos recursos hídricos no Rio Amarelo, com planejamento racional da população, desenvolvimento urbano e industrial para conter resolutamente a demanda de água irracional.

O Rio Amarelo, conhecido como o "Rio Mãe" da China e o berço da civilização chinesa, alimenta cerca de 12% da população do país, irriga cerca de 15% das terras aráveis, apoia 14% do PIB nacional e fornece água a mais de 60 cidades.

"A proteção do Rio Amarelo é fundamental para o grande rejuvenescimento e desenvolvimento sustentável da nação chinesa", disse Xi, acrescentando que é uma importante estratégia nacional.

Em todo o país, a mais alta liderança da China implementou os sistemas "chefe do rio" e "chefe do lago" para atribuir a cada hidrovia do país um administrador específico para evitar a poluição, que produziu resultados notáveis.

Enquanto a China avançou no caminho certo, o país precisa continuar lutando com a incompatibilidade de oferta e demanda de água à medida que a população cresce e se urbaniza, disseram analistas, pedindo maiores esforços para melhor utilizar os recursos hídricos.

Para os próximos passos, o governo deve garantir a operação segura do projeto de desvio de água, acelerando a construção de uma sociedade com uma crescente conscientização dos hábitos de economia de água, disse Ni Guangheng, professor de recursos hídricos da Universidade Tsinghua.

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