Entrevista: Políticas precisam combater desigualdade na América Latina, segundo funcionária da ONU

2019-11-30 15:12:49丨portuguese.xinhuanet.com

Por Cristobal Chavez Bravo

Santiago, 28 nov (Xinhua) - A desigualdade é um grande problema para a América Latina, disse uma importante autoridade da ONU na quinta-feira, pedindo aos governos que adotem políticas inclusivas, especialmente em educação e emprego, para fortalecerem a classe média.

Alicia Barcena, secretária-executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL), fez as observações à Xinhua depois de apresentar o último relatório da agência "Panorama Social da América Latina 2019" na sede da CEPAL em Santiago.

"Estamos dizendo isso há uma década: esta região tem a maior desigualdade do mundo. Não é a mais pobre, de fato, fizemos um grande progresso em tirar as pessoas da pobreza, como podemos ver pelo cenário", Barcena disse.

O problema é que "nós os tiramos da pobreza e demos grandes expectativas de encontrar... serviços públicos que não existem", disse Barcena.

"De repente, essa sociedade está percebendo que precisa pagar por tudo, que tudo vai custar, que tudo foi gradualmente privatizado e que existem muito poucos serviços públicos", explicou ela.

A fraqueza estrutural mais preocupante da América Latina é a educação, observou Barcena.

Segundo o relatório, os números de 2017 mostraram que 52 por cento dos latino-americanos com mais de 25 anos eram de renda média e não concluíram o ensino médio.

Uma nova realidade na América Latina é que "temos uma classe média altamente vulnerável e é aí que temos de oferecer as respostas certas, especialmente aos jovens", afirmou ela.

Entre 2002 e 2017, a população de classe média da região cresceu de 26,9 para 41,1 por cento. Enquanto isso, o grupo de alta renda também cresceu de 2,2 para 3 por cento.

A desigualdade, medida pelo índice de Gini, com base em pesquisas domiciliares, mostra que a diferença de riqueza está diminuindo, mas a uma taxa mais lenta do que antes, afirmou o relatório.

Observando que "existe uma situação de grande volatilidade financeira", ela disse que a região pode estar avançando mais em desenvolvimento, o que ajudaria a protegê-la de altos e baixos financeiros.

No entanto, uma grave desigualdade, se não for atendida, impedirá a região, alertou Barcena.

O que é necessário são políticas que promovam a inclusão social e no local de trabalho para ajudar a erradicar a pobreza e fortalecer a classe média, recomenda o relatório.

Além disso, essas políticas devem andar de mãos dadas com outras que garantam emprego de qualidade e um salário decente, de acordo com a agência.

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