Brasil arrecada US$ 1,262 bilhão com leilão de exploração de petróleo
Rio de Janeiro, 7 nov (Xinhua) -- O governo brasileiro arrecadou nesta quinta-feira 5,05 bilhões de reais (US$ 1,262 bilhão) com uma nova licitação para exploração de petróleo na zona do pré-sal, na qual houve apenas uma oferta por um dos cinco blocos que entraram no leilão, apresentada pela Petrobrás e a empresa chinesa CNODC .
Na licitação, realizada no Rio de Janeiro pela Agencia Nacional de Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis (ANP), foram oferecidos cinco blocos com os quais o governo esperava arrecadar 7,85 bilhões de reais (US$ 1,962 bilhão).
Não obstante, apesar de haver 17 empresas de petróleo inscritas, o único campo arrematado hoje foi o de Aram, na bacia de Santos (litoral sudeste do Brasil), pelo qual a Petrobras (80%) e a chinesa CNODC (20%) ofereceram 5,05 bilhões de reais. Os blocos de Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava, não receberam ofertas.
No modelo brasileiro de partilha, como o desse leilão, o valor do bônus de assinatura (valor que a empresa paga pelo direito de exploração) é fixo. Arremata a área a empresa ou consórcio que oferecer à União o maior percentual de óleo excedente da produção a partir do mínimo exigido em edital. Esse excedente é o volume de petróleo ou gás que resta após descontar os custos da exploração e investimentos.
A Petrobras e a CNODC ofereceram pelo bloco de Aram o percentual mínimo de óleo excedente para a área, de 29,96%. Segundo estimativa da ANP, para o desenvolvimento do bloco, será necessário um investimento de 278 milhões de reais (US$ 69,5 milhões).
O leilão de hoje foi o segundo realizado pela agência em 24 horas. No de quarta-feira o governo obteve uma arrecadação de 69,96 bilhões de reais (US$ 17,5 bilhões), maior valor arrecadado na história do petróleo com bônus de assinatura.
Apesar do valor recorde, a arrecadação foi inferior à prevista pelo governo, que esperava conseguir 106,5 bilhões de reais (US$ 26,625 milhões), já que apenas dois dos quatro blocos oferecidos tiveram interessados - Búzios e Itapu - ambos no litoral do estado do Rio de Janeiro (sudeste do Brasil).
O de Búzios, o maior de todos, foi arrematado por um consórcio com as companhias chinesas CNODC Brasil (5%) e CNOOC Petroleum (5%) e o de Itapu, pela Petrobras sozinha.
O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, admitiu que o resultado foi abaixo do esperado, mas assegurou que "isso não tira o brilho do conjunto da obra dos leilões que realizamos este ano. O que foi contratado já garante a retomada da indústria do petróleo".
Por sua vez, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se disse satisfeito com o leilão. "Eu acho que foi um ciclo bem-sucedido. As áreas que não foram arrematadas continuam aí e eu acredito que num futuro, que nós esperamos que seja próximo, essas áreas voltem a ser licitadas", declarou.
Albuquerque ressaltou, porém, que se buscará mudanças regulatórias para atrair mais interesse pelas áreas que não foram arrematadas. "Nós inclusive já apresentamos ao Congresso Nacional algumas informações do que é o nosso entendimento de como podemos melhorar esse regime de exploração do petróleo no Brasil."
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