Crise financeira na Grécia ainda afeta taxas de natalidade

2019-11-04 14:35:59丨portuguese.xinhuanet.com

Atenas, 3 nov (Xinhua) -- Oito em cada dez jovens casais na Grécia gostariam de ter uma família grande, mas não podem arcar com uma, de acordo com um novo estudo sobre as causas da infertilidade no país, realizado de janeiro a fevereiro de 2019.

Em resumo, a pobreza vivida pelas famílias gregas é o maior obstáculo que reduz os nascimentos, informou o jornal grego "TA NEA" no domingo, citando os resultados do estudo.

A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Estatística e Ciência dos Seguros da Universidade do Pireu, em colaboração com a HOPEgenesis, uma organização sem fins lucrativos no campo da medicina que aborda a questão das baixas taxas de natalidade na Grécia.

As baixas taxas de natalidade são caracterizadas por especialistas como uma "bomba-relógio" sobre as bases das perspectivas de desenvolvimento da Grécia.

Mais especificamente, um em cada dois gregos (52,9%) nomeia o alto custo financeiro da gravidez (triagem pré-natal e parto) e a educação de uma criança como os obstáculos mais significativos.

Deles, 89,7 por cento declararam que teriam um filho imediatamente se fosse oferecido o custo do parto, enquanto 86,3 por cento iniciariam os esforços de planejamento familiar até no dia seguinte, desde que recebessem incentivos financeiros pelo custo do berçário.

A amostra do estudo foi composta por 121 adultos, de 25 a 35 anos, do banco de dados HOPEgenesis, que manifestaram o desejo de ter um filho. Os participantes residiam em áreas remotas e inacessíveis da Grécia com um grave déficit de nascimento.

Segundo os cientistas do estudo, o déficit de nascimento altera o tamanho e a estrutura de toda a população.

Hoje, metade da população da Grécia tem mais de 43 anos, a população de pessoas com mais de 65 anos excede a de crianças com menos de 15 anos e as pessoas com mais de 80 anos é a faixa etária que mais cresce.

Enquanto isso, a migração de jovens, principalmente cientistas, que é mais uma consequência da crise financeira, acelera o encolhimento da população.

Na Grécia, os nascimentos têm diminuído constantemente desde 2008, atingindo, de acordo com dados recentemente publicados pela Hellenic Statistical Authority (ELSTAT), uma baixa histórica abaixo de 86.500 em 2018.

O equilíbrio natural (nascimentos/mortes) é negativo desde 2011, enquanto a estimativa da população permanente para 2018 foi 0,25 por cento menor que no ano anterior.

Nesse contexto, o governo grego tem apoio à natalidade no topo da agenda e já está promovendo algumas medidas iniciais, a partir de 2020, com um bônus de 2.000 euros (2.240 dólares) para cada criança nascida na Grécia, com base em critérios socioeconômicos. (1 euro = 1,12 dólar americano)

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001385273001