Presidente brasileiro realizará visita oficial à China na próxima semana

Brasília, 15 out (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, fará na próxima semana uma visita oficial à China, onde será recebido em Beijing pelos líderes do país.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o secretário de Negociações Bilaterais para a Ásia, do Itamaraty, embaixador Reinaldo José de Almeida, destacou que a prioridade do mandatário brasileiro é conversar sobre as possibilidades de ampliação das relações econômicas e comerciais e da cooperação em ciência e tecnologia.

A visita à China faz parte de uma viagem pela Ásia que levará Bolsonaro também ao Japão, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita, países com os quais também terá uma agenda focada nas relações econômicas.

O embaixador recordou que a visita presidencial foi precedida por uma grande agenda de encontros bilaterais ao longo de 2019. Entre eles, a visita à China em maio pelo vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, e vários ministros.

De acordo com o secretário, interessa ao governo promover uma diversificação das exportações para o país asiático, bem como estimular o ingresso de investimentos chineses e a cooperação em ciência e tecnologia.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, com a pauta exportadora brasileira concentrada sobretudo em produtos básicos como soja, carnes e minério de ferro, à qual o governo pretende incrementar mais carnes, frutas, além de produtos com valor agregado.

Almeida ressaltou que as reformas econômicas promovidas pelo governo de Bolsonaro visam melhorar o ambiente de negócios, com novas oportunidades para os investidores chineses, especialmente no setor de infraestrutura e energia.

De acordo com o governo brasileiro, na última década, os investimentos chineses no país somaram US$ 60 bilhões, com um forte potencial de ampliação.

Na área de ciência e tecnologia, a cooperação bilateral contempla iniciativas como o exitoso programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), e interessa ao Brasil discutir as possibilidades de colaboração no processo de adaptação à economia digital que se impõe no mundo.

Antes de sua visita à China, a primeira escala da viagem de Bolsonaro será Tóquio, aonde chegará na segunda-feira, 21. No dia seguinte estará presente na cerimônia de entronização do imperador japonês Naruhito e na quarta-feira terá um encontro com representantes da comunidade brasileira no Japão e participará de um seminário empresarial.

Durante a visita ao Japão, Bolsonaro procurará reverter o retrocesso no intercâmbio comercial nos últimos anos, que passou de US$ 15 bilhões para US$ 8 bilhões entre 2011 e 2018.

Ao deixar a China, Bolsonaro visitará Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita, com seu regresso a Brasilia previsto para 30 de outubro.