(Multimídia) Trump autoriza sanções contra Turquia por ofensiva na Síria

Foto divulgada pelo Ministério da Defesa Nacional da Turquia mostra que o exército turco lança uma operação militar no norte da Síria, na fronteira Turquia-Síria, em 9 de outubro de 2019. (Xinhua)

Washington, 14 out (Xinhua) -- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na segunda-feira uma ordem autorizando sanções contra a Turquia e elevando tarifas sobre as importações de aço do país em resposta a suas operações militares na Síria.

Depois dessa autorização, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou no mesmo dia que tinha indicado o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério da Energia e Recursos Naturais da Turquia, assim como os chefes dos dois ministérios e o ministro do Interior, pelo envolvimento deles nas ações turcas "que deterioram mais a paz, a segurança e a estabilidade da região", dizendo que está preparado para impor sanções adicionais a funcionários e entidades turcas "se for necessário".

Trump disse em um comunicado divulgado na segunda-feira à tarde que seu país parará imediatamente com as negociações para um acordo de comércio de US$ 100 bilhões com a Turquia e elevará tarifas sobre as importações de aço da Turquia de volta para 50%.

Essa medida ocorre dias após a Turquia lançar operações militares tendo como alvo as forças curdas em diversas partes do nordeste da Síria e após Trump ordenar no fim de semana retirar ao redor de mil soldados dos EUA do norte da Síria.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse à imprensa na noite de segunda-feira que Trump falou com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, no início do dia e pediu por um fim imediato das ações turcas contra as forças curdas na Síria.

Pence também disse que ele visitará em breve o Oriente Médio para mediar a crise.

Trump revelou antecipadamente a ordem executiva que ele assinaria em um comunicado primeiro divulgado no tweet na tarde de segunda-feira, dizendo que a ordem também permitirá Washington impor "sanções adicionais poderosas" contra aqueles envolvidos em "graves abusos de direitos humanos, obstrução a um cessar-fogo, impedimento ao retorno das pessoas deslocadas para casa", entre outras questões relativas à ação da Turquia na Síria.

As pessoas colocadas na lista negativa enfrentarão uma ampla gama de consequências, "incluindo sanções financeiras, bloqueio de propriedades e rejeição de entrada nos Estados Unidos", acrescentou o comunicado.

Trump também observou que as tropas dos Estados Unidos que estão deixando a Síria permanecerão na região do Oriente Médio para "monitorar a situação", enquanto um pequeno número de forças dos Estados Unidos permanecerá na Guarnição At Tanf no sul da Síria para conter os remanescentes do Estado Islâmico.

Os Estados Unidos cortaram em maio tarifas sobre as importações de aço turco, de 50% para 25%, enquanto terminaram o tratamento comercial preferencial para a Turquia.

Foto tirada da cidade fronteiriça turca de Ceylanpinar, no sul da Turquia, em 12 de outubro de 2019 mostra a fumaça subindo da cidade de Ras al-Ain, no norte da Síria, durante um ataque lançado pelo exército turco. (Mustafa Kaya/Xinhua)