Vazamento de petróleo: Marinha brasileira investiga 30 barcos de 10 países
Rio de Janeiro, 11 out (Xinhua) -- A Marinha do Brasil informou na noite da quinta-feira que está notificando 30 navios-tanque de 10 diferentes países a prestarem esclarecimentos sobre a suspeita de vazamento de óleo que contaminou a costa do Nordeste.
Em um comunicado enviado à TV Globo, a Marinha disse que a decisão veio após uma triagem com base em informações do tráfego mercante na região.
"A Marinha entrará em contato com as autoridades competentes dos países dessas bandeiras, com a Organização Marítima Internacional e com a Polícia Federal, visando elucidar todos os fatos", acrescentou a Marinha, citando que a investigação conta com apoio do ministério da Defesa e de instituições dos Estados Unidos.
Inicialmente, a investigação abarcou uns 1.100 navios-tanque que passaram entre 1º de agosto e 1º de setembro em uma área de 800 quilômetros de distância da costa brasileira entre os estados do Rio Grande do Norte e Sergipe.
As empresas proprietárias destes navios e seus representantes no Brasil foram consultadas para saber se houve alguma anormalidade, qual o percurso do barco e que tipo de carga levava.
As manchas de óleo, cuja origem está sendo investigada, já afetam 150 praias do nordeste em 68 municípios de nove estados do nordeste do país, segundo balanço divulgado também na noite da quinta-feira pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
A Marinha classificou os vazamentos como "um grave acidente de contaminação por óleo" e informou que a investigação e operação de contenção mobiliza 1.583 militares de 48 organizações distintas, além de cinco navios e uma aeronave.
Na quinta-feira, ao participar do Fórum de Investimentos Brasil 2019, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter "quase certeza" de que o vazamento de óleo é criminoso.
"O último problema que tivemos, derramamento criminoso, com toda certeza, quase certeza ser criminoso na região costeira do Nordeste", declarou Bolsonaro, que acrescentou: "Obviamente, não temos bola de cristal para descobrirmos rapidamente quem foram os responsáveis por esse ato criminoso."
A Petrobras informou que as primeiras análises do material recolhido descartam que seja brasileiro e indicam que é de origem venezuelana.
Em nota, o governo da Venezuela rechaçou qualquer responsabilidade com relação ao vazamento e destacou que ocorre a 6.650 quilômetros de distância de sua infraestrutura de petróleo.
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