Governo do Brasil ratifica seu líder no Senado, alvo de uma investigação policial

Brasília, 19 set (Xinhua) -- O ministro chefe da Casa Civil do governo brasileiro, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta quinta-feira que o senador Fernando Bezerra Coelho, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), investigado pela Polícia Federal (PF), permanecerá como líder do Senado pelo menos até o fim de semana, quando discutirá o assunto com o presidente Jair Bolsonaro.

Na manhã desta quinta-feira,o senador foi alvo de uma operação da PF que investiga supostas irregularidades durante sua atuação como ministro da Integração Nacional, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), do Partido dos Trabalhadores (PT).

"Ele (Bezerra) tem uma situação relativa a fatos passados, quando era ministro de um governo anterior. A posição do nosso governo é aguardar os acontecimentos", disse Lorenzoni após uma palestra na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Lorenzoni afirmou que soube por jornalistas que Bezerra colocou seu cargo à disposição do governo. "Estou sendo informado agora, mas no fim de semana vou conversar com o presidente e vamos ver qual atitude vai ser tomada", declarou à imprensa.

A Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), realizou uma ação de busca e apreensão no gabinete de Bezerra no Senado, dentro da operação 'Desintegração', uma alusão aos fatos investigados quando Bezerra era ministro.

A PF apura um suposto esquema de propinas pagas a autoridades por empreiteiras que executavam obras custeadas com recursos públicos.

Uma das empreiteiras envolvidas é a construtora OAS e as investigações se concentram em desvios nas obras de transposição do rio São Francisco, na região nordeste.

A defesa de Bezerra disse que a operação "causa surpresa" e que a única explicação seria a ação política e combativa do senador em relação a alguns pontos do pacote anticorrupção encabeçado pelo ministro da Justiça Sergio Moro.