Vice-presidente Mourão quer a China como parceira em novo ciclo econômico do Brasil
São Paulo, 10 set (Xinhua) -- O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, declarou na segunda-feira que o país sul-americano se encontra em um novo ciclo de reformas econômicas e espera que a China continue sendo o principal parceiro nesse caminho.
"Estamos realizando as reformas necessárias para que o Brasil ingresse em um novo ciclo econômico e contamos com a China como parceira neste caminho", disse Mourão em São Paulo, durante a Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China, na qual participou, entre outros, o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming.
No próximo mês, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro vai visitar a China, o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, fazendo parte dos esforços para fortalecer a cooperação bilateral. Mourão destacou que "oportunidade e estratégia andam de mãos dadas entre o Brasil e a China."
"Estamos trabalhando com pragmatismo e visão de longo prazo para que as próximas décadas sejam frutíferas. O dinamismo das relações não emite sinais de desaceleração ou esgotamento. Pelo contrário, indica melhores e maiores laços de investimento e comércio, ciência e tecnologia, defesa, educação e outros setores", disse Mourão.
O vice-presidente brasileiro ressaltou que o Brasil segue uma "agenda liberal" que tem como prioridade o ajuste das contas públicas para permitir o "restabelecimento da confiança e uma maior importância em relação ao investimento para retomar o caminho de crescimento".
"Ao mesmo tempo, avançamos com a China para novos campos para a cooperação", adiantou, afirmando que quer ampliar além das matérias-primas as vendas de produtos para a China.
Recordando sua visita à China em maio, Mourão disse que falou com os líderes governamentais e empresariais chineses sobre as reformas do Brasil, incluindo a privatização das companhias estatais e a oferta de concessões operacionais, além da demanda de investimento para promover a inovação tecnológica.
Referindo-se sobre as tensões comerciais entre algumas das grandes economias do mundo, Mourão disse que a comunidade internacional "continua apreensiva sobre a escalada das barreiras tarifárias e sobre o aumento do risco de uma recessão mundial".
Por sua parte, o embaixador chinês em Brasília advertiu que o protecionismo é uma "séria ameaça" para o comércio internacional. Para combater essa tendência, uma estratégia conjunta de cooperação é essencial.
Ao indicar que a China é o maior mercado consumidor do mundo, Yang disse que os êxitos da China trouxeram benefícios para o mundo e para a cooperação sino-brasileira.
A demanda por produtos e mercados entre Brasil e China, a complementaridade da cooperação bilateral e a contínua abertura da China oferecem uma garantia crucial para o crescimento estável do comércio China-Brasil, disse o embaixador.
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