Didi lança iniciativa sobre inteligência artificial para incentivar cooperação entre jovens do China e Brasil
Beijing, 10 set (Xinhua) -- Setembro foi inesquecível para André e Bruna. Os dois, da Universidade de São Paulo (USP), participaram em Beijing da Iniciativa de Inovadores Digitais, realizada pela gigante chinesa de transporte compartilhado Didi.
Nessa competição sobre programação, a equipe deles realizou pesquisas sobre a segurança dos passageiros de transporte compartilhado e projetaram um sistema de posicionamento mais preciso para os cegos. A criação venceu o primeiro prêmio, o que foi uma surpresa para eles.
"A atividade me deu um conhecimento mais claro sobre a cultura chinesa, especialmente na área tecnológica", disse o André.
O programa selecionou mais de dez alunos da USP, da Universidade Estadual de Campinas e da Universidade Tsinghua da China, para a competição final. A iniciativa também visa incentivar intercâmbios culturais e pessoais e inovação dos jovens internacionais, além de promover o empreendedorismo e a formação de talentos latino-americanos e mundiais na área de inteligência artificial (IA).
"Não se pode subestimar o papel do intercâmbio internacional de jovens na promoção do desenvolvimento global de ciência e tecnologia", avaliou Bruna.
O ministro conselheiro da Embaixada do Brasil na China, Celso de Tarso Pereira, acredita que as inovações dos jovens são básicas para as cooperações entre a China e o Brasil.
Cassiano Isler, professor da USP, também pediu uma cooperação de longo prazo com empresas chinesas como Didi, a fim de trazer as experiências ao Brasil e resolver o problema de urbanização.
Em 2017, a China lançou o Plano de Ação de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação do Cinturão e Rota, com o objetivo de promover intercâmbios internacionais em tecnologia e cultura. Desde o lançamento do plano, mais e mais empresas nacionais e estrangeiras realizaram intercâmbios científicas e culturais, especialmente na economia digital, inteligência artificial e computador quântico.
Liu Qing, presidenta da Didi, espera levar para o exterior a aplicação da IA em transporte e a experiência em cooperação entre governo e empresas para cultivar a criatividade dos jovens.
No início de 2018, a Didi entrou no mercado brasileiro e comprou a empresa local de transporte 99. Alguns meses depois, entrou no México, e este ano, na Colômbia e no Chile.
Quanto ao desenvolvimento internacional, Liu acredita que as empresas chinesas devem prestar mais atenção às integrações entre características locais e tecnologia de ponta. "O Brasil e a China são dois países populosos e têm um grande número de talentos. Na 99, há quase 1.200 funcionários e os talentos brasileiros representam 99%."
No entender de Liu, uma empresa deve dar mais importância à vida do povo. Com a utilização da IA, a Didi criou especificamente serviços de pagamento móvel aos motoristas e a ocorrência de acidentes de segurança na plataforma local caiu em 80%. "Estamos explorando maneiras eficazes para proteger a segurança das motoristas femininas e diminuir ao máximo os crimes extremos na nossa plataforma", declarou Liu.
"Muitas empresas chinesas enfrentarão desafios no caminho de internacionalização. É difícil explorar talentos locais e combinar a sabedoria chinesa com a cultura local, mas faz sentido", concluiu ela.
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