Polícia do Rio de Janeiro mata homem que manteve 39 reféns em um ônibus

2019-08-21 13:31:53丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 20 ago (Xinhua) -- A polícia do Rio de Janeiro matou nesta terça-feira um homem que manteve 39 pessoas como reféns por quase quatro horas, dentro de um ônibus que atravessava a ponte que une as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, na Baía de Guanabara.

Segundo as autoridades, o homem, identificado como William Augusto da Silva, de 20 anos, morreu ao ser atingido por tiros disparados a 80 metros de distância por um "sniper" - atirador de elite- do Batalhão de Operações Especiais (Bope) às 9h04 (1204 GMT).

A ordem de atirar veio após William descer do ônibus e arremessar um casaco em direção aos policiais. Quando ia subir a escada para entrar novamente no ônibus, foi baleado.

Os 39 reféns, incluindo o motorista do ônibus, foram resgatados sem ferimentos, sendo que seis deles já haviam sido liberados por William ao longo das negociações.

Até o momento, não se sabe o que levou o jovem a cometer o sequestro, que surpreendeu a sua família, e uma das hipóteses é de que tenha sido tomado por um surto psicótico.

O jovem entrou no ônibus da linha 2520 no ponto final, na localidade Alcântara por volta das 05h10 e anunciou o sequestro às 05h26 (0826 GMT), quando o ônibus atravessava a ponte Rio-Niterói sobre a baía de Guanabara, que tem uma extensão de 13 quilômetros.

Segundo os passageiros, ele ordenou ao motorista para deixar o veículo atravessado na pista sentido Rio de Janeiro, mandou que todos os ocupantes fechassem as cortinas e mostrou estar armado com uma pistola, que, depois se descobriu ser falsa, uma navalha, um 'taser' (arma de eletrochoque), além de tirar da mochila garrafas plásticas cheias de gasolina com as quais ameaçou tocar fogo no veículo.

Como ele não recolheu os celulares, os passageiros utilizaram os telefones para avisar sobre o sequestro e a polícia chegou rapidamente ao local, interditando as duas pistas, o que causou um engarrafamento imenso na cidade.

Durante as negociações com a polícia, o sequestrador liberou seis reféns, quatro mulheres e dois homens, mas quando desceu do ônibus e tentou subir de novo, foi dada a ordem de atirar.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, conhecido por sua mão dura contra a violência, chegou minutos depois ao local e comemorou a atuação da polícia. "O ideal era que todos saíssem vivos da operação, mas preferimos salvar os reféns", afirmou.

Criticado por festejar o final da operação "que causou a morte do jovem, Witzel justificou mais tarde à imprensa: "Algumas pessoas dizem que festejei a morte dele. Festejei a vida. As pessoas que estavam perto do ônibus estavam celebrando as vidas dos que foram salvos. Lamento a morte do agressor, a polícia já mostrou que pretendia preservar a vida dele, mas já tínhamos fotos do interior do veículo, havia gasolina e sabíamos que ele poderia tocar fogo no ônibus a qualquer momento".

Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro disse que "não se deve ter pena" do sequestrador, e comemorou que nenhum dos reféns tenha sofrido danos. "No caso do ônibus 174, não usaram 'sniper' e o que aconteceu? Um passageira morreu. Não tem que ter pena de sequestrador", reiterou.

Bolsonaro se referia ao famoso sequestro do ônibus 174, ocorrido em 12 de junho do ano 2000, na zona sul do Rio de Janeiro, que terminou com a morte do sequestrador e de uma refém, mostrada ao vivo pela televisão.

Na ocasião, um jovem de 19 anos sequestrou 10 passageiros do veículo e, depois de mais de quatro horas de negociação, desceu do ônibus usando uma mulher como escudo. Um policial optou por atirar nele, mas errou o tiro e o agressor disparou três vezes contra a mulher, que não resistiu aos ferimentos. O sequestrador foi detido e morreu por asfixia enquanto era levado num carro da polícia para uma delegacia.

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