Disputas comerciais entre EUA e China prejudicam credibilidade dos EUA e economia mundial, segundo economistas e autoridades

2019-08-15 15:07:52丨portuguese.xinhuanet.com

Tóquio, 14 ago (Xinhua) - Economistas e autoridades do Japão concordam que as disputas comerciais iniciadas pelos EUA com a China e a acusação dos EUA de usar a China como "manipuladora de moedas" são prejudiciais à sua credibilidade e à economia mundial.

Em uma entrevista coletiva neste mês, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que fatores externos como a briga comercial EUA-China trouxeram riscos para a economia do Japão, e se esses riscos continuarem a surgir, seu país não hesitará em empregar vários mercados flexíveis e medidas para lidar com eles adequadamente.

Um funcionário do Ministério das Finanças do Japão reforçou as palavras do primeiro-ministro dizendo que se o confronto entre EUA e China se intensificar, isso terá um impacto negativo na economia mundial.

Falando sob condição de anonimato em resposta à designação americana da China como "manipuladora de moedas", a autoridade disse que era mais grave do que as pessoas esperavam, informou a Kyodo News.

Kiyoyuki Seguchi, diretor de pesquisa do Instituto Canon de Estudos Globais, disse que é consenso na comunidade financeira internacional que o governo chinês não pode desvalorizar sua moeda, o renminbi, por intervenção.

A decisão de rotular a China como uma "manipuladora da moeda" provavelmente foi tomada por um grupo minoritário na Casa Branca. Se os Estados Unidos continuarem a adotar sanções relevantes com base nessa alegação, sua legitimidade será amplamente questionada pela comunidade internacional, disse ele.

Rotular outros países como "manipuladores de moeda" é uma ferramenta de negociação para os Estados Unidos, disse Hidetoshi Tashiro, economista-chefe da Sigma Capital Ltd.

O que aconteceu com a China hoje pode acontecer com o Japão e outras economias regionais no futuro, disse ele.

Mihoko Hosokawa, pesquisadora-chefe do banco japonês Mizuho Bank Ltd. (China), atribuiu a queda na taxa de câmbio do dólar americano ao yuan do presidente americano, Donald Trump, de uma "quarta rodada" de aumento de tarifas sobre importações chinesas a partir de setembro.

Hosokawa disse que embora tenha havido uma saída de capital em meio a fortes preocupações sobre fricções comerciais, também há um influxo de capital enquanto o governo chinês continua os esforços para abrir áreas como os mercados financeiros. As chances são pequenas de que uma nova desvalorização do renminbi ocorra antes que a nova tarifa adicional da administração dos EUA esteja em vigor, disse ela.

Katsuyuki Hasegawa, economista-chefe da divisão de pesquisa do Instituto de Pesquisa Mizuho, disse que acha a designação da China como "manipuladora da moeda", põe em dúvida a continuidade e a previsibilidade das políticas dos EUA, difíceis de entender.

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