Usina nuclear brasileira Angra 3 considera China potencial parceira

2019-08-03 15:52:00丨portuguese.xinhuanet.com

Angra dos Reis, Brasil, 2 ago (Xinhua) -- A China poderá ser uma parceira na construção da fase final da usina nuclear de Angra 3, um complexo de três usinas, duas das quais já em operação, que fica no município de Angra dos Reis, a cerca de 200 quilômetros do Rio de Janeiro.

As obras, pouco mais de 60% concluídas, estão paralisadas desde 2015 e já consumiram R$ 9 bilhões. Para terminar o projeto, serão necessários mais R$ 15 bilhões e, para tanto, a empresa estatal brasileira responsável, Eletronuclear, espera atrair parceria estrangeira.

O presidente da companhia, Leonam Guimarães, revelou à Xinhua que, neste ano, a Eletronuclear fez uma pesquisa de mercado com 11 empresas sobre uma avaliação em relação ao projeto de Angra 3 e três apresentaram especial interesse, a China National Nuclear Corporation (CNNC), a russa Rosatom e a francesa EDF.

O modelo de parceria público-privada ainda está sendo finalizado e somente após esta etapa será lançado um edital para atrair parceiros, que devem entrar com capacitação técnica e financiamento, afirma Guimarães.

Ele acredita que as obras podem começar já em 2020. A intenção é finalizar os trabalhos em 2025, garantindo a comercialização de energia em 2026. Hoje, Angra 1 e Angra 2 abastecem 40% da energia do estado do Rio de Janeiro, o que corresponde a 3% da geração que entra no sistema brasileiro.

A China, além de uma potencial parceira no negócio, já mantém conversações rotineiras com a Eletronucelar, em trocas de experiências e discussões sobre o mercado. Segundo Guimarães, o país asiático é fundamental no entendimento do público sobre os potenciais da energia nuclear.

Na China, a energia nuclear é fundamental para garantir uma matriz energética mais limpa, que pretende ser cada vez menos dependente do carvão, um dos motivos da poluição do ar que o país asiático quer eliminar, destaca Guimarães.

Segundo o presidente da Eletronuclear, há hoje 57 usinas nucleares em construção no mundo, a maior parte na China. No Brasil, os chineses estariam interessados em conhecer novos projetos potenciais, para além de Angra 3.

A energia nuclear não tem emissão de carbono, tem baixo impacto ambiental, utiliza pouco espaço físico e tem uma geração firme, sem estar sujeita a oscilações no abastecimento por conta de fatores externos, tais quais condições climáticas, ressalta Guimarães.

Angra 1 entrou em operação ainda nos anos de 1980. Angra 2 começou a operar em 2001. Angra 3, em obras há 30 anos, completaria o complexo do litoral do Rio de Janeiro. A parceria público-privada não deve significar privatização ou controle de outro grupo que não seja o governo brasileiro. Segundo a Constituição brasileira, o governo tem de ser majoritário em relação à energia nuclear produzida no país.

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