Escritor chinês de ficção científica emociona leitores e críticos no Japão

2019-07-31 11:03:02丨portuguese.xinhuanet.com

Tóquio, 30 jul (Xinhua) -- Desde a publicação de "O Problema dos Três Corpos", a primeira edição da épica trilogia de ficção científica de Liu Cixin, a série rendeu ao romancista chinês enorme aclamação e legiões de fãs por todo o mundo.

Este mês, o livro vencedor do Prêmio Hugo foi um enorme sucesso no Japão.

Lançado no país asiático no dia 4 de julho, o romance sobre a humanidade fazendo contato com alienígenas chegou ao topo da lista de mais vendidos de ficção literária na Amazon.

No dia seguinte, Nozomi Omori, a tradutora japonesa do livro, twittou que a Hayakawa Publishing Corporation, editora do livro, estava se preparando para uma terceira impressão.

Em menos de uma semana, os livros do décimo lote de impressão foram entregues nas livrarias, elevando o número de cópias impressas para um total de 86.000.

"Eu comprei a versão japonesa assim que foi publicada. Comecei a ler depois do trabalho às seis horas e terminei de ler o livro inteiro às 12 horas da noite. É realmente maravilhoso", disse animadamente o leitor japonês Daichi Nakashima.

Nakashima, 27 anos, disse que ficou impressionado com as "distintas características culturais chinesas" e "detalhes científicos" do livro.

"Em termos de tema, é bastante diferente da ficção científica europeia, americana e japonesa... Não se trata de intuição ou destino. É sobre o trabalho duro e pensamento racional dos seres humanos sobre o futuro", explicou ele.

"O Problema dos Três Corpos" não apenas encantou jovens leitores japoneses como Nakashima, mas também atraiu leitores de diferentes faixas etárias.

"A maioria dos leitores está na faixa dos 30 anos, mas também há leitores mais jovens... Os leitores de ficção científica entre 50 e 60 anos também compram", disse Omori à Xinhua.

Para entender por que "O Problema dos Três Corpos" se tornou tão popular no Japão, Mao Danqing, professor da Universidade Internacional de Kobe, percebeu um fenômeno interessante.

"Os japoneses que cresceram lendo romances no celular estão agora na faixa dos 30 ou 40 anos... Quando essas pessoas lêem literatura, podem facilmente mergulhar na linguagem do 'Problema dos Três Corpos' ao invés do estilo tradicional de escrever ", disse Mao.

Além das reações entusiastas dos fãs japoneses, o épico não tem sido empolgante apenas para fãs de ficção científica, mas também leitores de vários estilos.

A trilogia vendeu milhões de cópias em todos os formatos até o final de 2017 e foi traduzida para mais de 10 idiomas, incluindo inglês, espanhol e alemão, de acordo com a China Educational Publications Import e Export Corporation Ltd.

Entre os fãs estrangeiros de ficção científica, os leitores de língua inglesa adoram este romance complexo e imaginativo e fazer recomendações online.

"O Problema dos Três Corpos me ensinou sobre física e realmente me fez olhar para tudo de uma forma diferente... Eu achei essa série totalmente original e alucinante", um cliente da Amazon chamado "BDW" escreveu em um comentário.

O assinante da Amazon, Steven Anthony, ficou impressionado com a "visão e os elementos da psicologia e filosofia humanas que ele emprega", enquanto Marc Vermeir disse: "A história é tão rica em detalhes que vai muito além da ficção científica pura".

Graças a livros de grande sucesso como "A Trilogia dos Três Corpos", a ficção científica chinesa cresceu em popularidade entre os leitores locais e estrangeiros nos últimos anos.

Vários outros escritores chineses de ficção científica também se tornaram conhecidos. O romance de ficção científica do escritor chinês Chen Qiufan, "The Waste Tide", será publicado no Japão ainda este ano, disse Omori.

"Chen Qiufan é chamado William Gibson da China. Suas obras são cyberpunk e diferentes do estilo dos Três Corpos. Juntamente com a coleção de Hao Jingfang que foi traduzida por Ken Liu, as pessoas começam a descobrir que existem muitos escritores de ficção científica na China", disse Omori, que também é crítico e antologista.

Ele acrescentou que, no futuro, a ficção científica chinesa "se tornará um gênero que será lembrado pelos fãs de ficção científica".

As palavras de Omori foram repetidas pelo escritor e estudioso japonês, Toya Tachihara, que disse que esta é "a idade de ouro" da ficção científica chinesa.

A ficção científica chinesa "tem o mais recente conhecimento científico e cultura e história chinesas únicas, que ajudam a produzir um tipo único de ficção científica que nenhum outro país possui", disse Tachihara.

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