Ministério da Justiça do Brasil informa que celulares do presidente Bolsonaro foram hackeados

Brasília, 25 jul (Xinhua) -- O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil informou nesta quinta-feira, com base em dados fornecidos pela Polícia Federal (PF), que os celulares utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro também foram alvo de ataques por parte do grupo de hackers preso na terça-feira, acusados de invadir o celular do ex-juiz e atual ministro Sergio Moro e muitas autoridades.

A nota do ministério informa que Bolsonaro foi "devidamente comunicado" sobre o incidente por "questão de segurança nacional", mas não especifica se os hackers puderam obter acesso ao conteúdo de aplicativos de mensagens do presidente.

"O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça-feira (23). Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República", afirma o comunicado.

Em entrevista a repórteres nesta quinta-feira, Bolsonaro declarou que, caso seu celular tenha sido invadido, não se encontrou nada importante, pois ele tem o hábito de não usar telefone para conversas sobre assuntos estratégicos. "Perderam tempo comigo", afirmou.

A operação Spoofing, autorizada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª vara de Justiça de Brasília, investiga a invasão do celular do ministro Sergio Moro, de três juízes e dois delegados da Polícia Federal, mas após prender quatro suspeitos, a PF informou estimar que cerca de 1.000 pessoas foram alvo dos supostos hackers, entre elas o ministro da Economia Paulo Guedes e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e do Senado, David Alcolumbre.

Os suspeitos, três homens e uma mulher residentes no estado de São Paulo, estão detidos em Brasília, onde prestaram depoimento à Polícia Federal.