Shanghai recebe comitiva do Nordeste brasileiro para estreitar laços comerciais

2019-07-10 13:01:21丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 10 jul (Xinhuanet) -- A cidade de Shanghai, na China, está recebendo uma comitiva de representantes do setor público e privado do Nordeste do Brasil. Executivos de governos estaduais, empresas, instituições e consultorias dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão participam do Seminário sobre a Promoção Comercial para o Brasil 2019, promovido pelo Ministério do Comércio da República Popular da China, por meio da Escola de Comércio de Shanghai. O evento, que se estende até esta quarta-feira, dia 10 de julho, realiza atividades em Shanghai, Hangzhou, Jinhua e Yiwu, na província de Zhejiang.

O grupo viaja a convite do Consulado Geral da China no Recife e cumpre uma intensa agenda corporativa de reuniões, painéis e visitas a iniciativas chinesas na área de desenvolvimento econômico e sustentável. Ao longo de 15 dias, vêm sendo debatidos temas como o ambiente de negócios, a experiência chinesa em soluções socioambientais, tendências na cooperação para o desenvolvimento de negócios China – Brasil, o processo histórico de reforma e abertura da China, diversos aspectos dos investimentos feitos por estrangeiros na China (FDI) e dos investimentos da China feitos no estrangeiro (OFDI); e o sistema de desenvolvimento das Zonas Econômicas Especiais, entre outras atividades.

Segundo o Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, que integra a comitiva, o seminário tem sido uma importante ferramenta para estreitar o relacionamento comercial com representantes do governo, investidores e empresários do país asiático. “Ocasiões como essa ajudam a promover a cooperação e aproxima a China dos estados da região Nordeste. Ainda temos muito a aprender com os nossos amigos chineses e queremos contar com essa parceria para juntos construirmos um caminho de desenvolvimento sustentável e de alta qualidade, baseado nos princípios de respeito mútuo, igualdade e benefício recíproco. Certamente assim, a cooperação sino-brasileira alcançará novos progressos, novos avanços e um futuro ainda mais próspero”, destacou.

Para o Brasil e a China, o ano de 2019 é muito especial, pois em agosto serão comemorados 45 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Também esse ano, no mês de novembro, o Brasil será sede pela terceira vez da Cúpula dos BRICS. Desde 2009, a China passou a ser o maior parceiro comercial brasileiro e o comércio bilateral chegou a alcançar 100 bilhões de dólares, em 2018, dando sinais claro do potencial de expansão dos investimentos entre os dois países. As trocas comerciais sino-brasileiras continuaram crescendo - mesmo durante a crise - a despeito da recessão que se abateu sobre o mundo.

O coordenador de Desenvolvimento Energético do Rio Grande do Norte, Hugo Fonseca, que também integra a comitiva, destacou a importância de um grupo da região Nordeste do Brasil vim à China e as boas oportunidades que podem se configurar para os dois. “Fizemos uma grande imersão na cultura chinesa e conhecemos a fundo esse modelo de governança que transformou um país numa potência econômica mundial, em tão pouco tempo. A China e o Nordeste têm alguns desafios semelhantes, como a falta de água, problemas estruturais, entre outros. Isso acaba por contribuir para o estreitamento das relações. O seminário promove também novos intercâmbios e, principalmente, novas oportunidades comerciais entre os governos da região nordeste, da China e as suas empresas”, disse.

A China já figura entre as principais fontes de investimento estrangeiro direto no Brasil, com destaque para os setores de energia e mineração, siderurgia e agronegócio. Tem-se observado, também, diversificação dos investimentos chineses no país para as áreas de telecomunicações, automóveis, máquinas, serviços bancários e infraestrutura. Há importantes investimentos brasileiros na China, em setores como aeronáutico, mineração, alimentos, siderurgia, papel e celulose, e serviços bancários.

As exportações brasileiras para a China estão concentradas em produtos como soja, minério de ferro, petróleo e celulose. São produtos importantes. É preciso reconhecer, no entanto, a necessidade de criar condições para a diversificação e o aumento do valor agregado dos produtos vendidos pelo Brasil para a China. Com uma ação conjunta entre os dois países será possível reduzir o risco que a volatilidade dos preços das commodities poderá ter na economia e no emprego e garantir a expansão do fluxo de comércio bilateral no longo prazo.

Nas últimas décadas tem-se intensificado a cooperação financeira, nos âmbitos bilateral e multilateral. Diversos bancos chineses atuam no Brasil, e o Banco do Brasil conta com agência em Shanghai, desde 2014, trata-se da primeira agência de um banco latino-americano na China. Em junho de 2015, ambos os países decidiram criar o Fundo Brasil-China para Expansão da Capacidade Produtiva, no valor de US$ 20 bilhões, com vistas a fomentar investimentos em infraestrutura e logística, energia, mineração, manufaturas, agricultura, entre outros.

Brasil e China têm atuado conjuntamente em diversos mecanismos internacionais, como BRICS, G20 e BASIC – grupos que representam espaço de aproximação e discussão sobre diversos tópicos da agenda internacional, como economia, desenvolvimento e mudança do clima. Em 2014, durante a VI Cúpula do BRICS, em Fortaleza, foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, com sede em Shanghai, o que ampliou os canais de obtenção de fundos para projetos de desenvolvimento.

Apesar da expressiva relação entre os dois países, registrada nos últimos anos, a fração que corresponde à região Nordeste é de apenas US$ 3 bilhões. “O potencial da cooperação entre os estados do Nordeste e a China ainda não está completamente explorado. O Nordeste brasileiro é rico em energia eólica e solar, em recursos agrícolas, possui portos importantes que servem de ligação com outros continentes, como o Porto de Suape em Pernambuco e o Porto de São Luís, no Maranhão. O Nordeste também concentra parques tecnológicos de relevância nacional como o Porto Digital, em Pernambuco; e se mantém como um centro de comércio, indústria, serviço e transporte com forte potencial de desenvolvimento”, pontou Bertotti.

Um dos setores que se destacam entre os investimentos chineses no território brasileiro é o energético, onde grandes estatais chinesas passaram a se estabelecer nos últimos anos. Pernambuco, assim como outros estados do Nordeste, tem uma grande vocação para energias limpas, tanto eólica quanto solar, e o objetivo é expandir esses projetos e parcerias. De todo o território brasileiro, o Nordeste é a região com maior potencial de geração de energia eólica com 85% da geração do país.

A Consul Geral da China em Recife, Yan Yuqing, e o Cônsul Comercial do MOFCOM, Shao Weitong têm atuado de maneira intensa para fortalecer a parceria estratégica com todos os estados da região.

Em Pernambuco foi realizado em abril desse ano um seminário sobre mudanças do clima e energias renováveis em parceira com o Consulado Geral da China em Recife e o Governo de Pernambuco, buscando trazer novos investimentos para a região. Segundo o governador Paulo Câmara, “o desenvolvimento que queremos para o nosso Estado, para o Brasil e para o mundo é o desenvolvimento sustentável, onde exista o ganho econômico, mas também as conquistas sociais e a garantia ao meio ambiente”. Nesse sentido, os esforços da China para reduzir a poluição do ar e os impactos ao meio ambiente nestas últimas duas décadas são um testemunho do que pode ser alcançado com um grande investimento de tempo, recursos e vontade política.

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