Ministro brasileiro da Justiça afirma que deixará o cargo se forem provadas irregularidades na Operação Lava Jato

2019-06-20 23:26:41丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 19 jun (Xinhua) -- O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, disse nesta quarta-feira, ao falar por quase nove horas perante a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que renunciará ao cargo, caso forem provadas irregularidades em sua conduta como juiz da Operação Lava Jato.

"Eu não tenho nenhum apego ao cargo em si. O site que trate de apresentar tudo, todas as conversas e, se houver alguma irregularidade, deixo o cargo", afirmou em um depoimento para explicar as trocas de mensagens vazadas entre ele e o procurador Dental Dallagnol, que têm sido divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

O ex-juiz argumentou que o The Intercept deveria entregar às autoridades todo o conteúdo das gravações para que se possa conhecer a informação completa, e afirmou que não pode reconhecer a autenticidade do material revelado pelo site.

A declaração foi uma resposta à pergunta do senador Jaques Wagner, do Partido dos Trabalhadores (PT), que o questionou sobre a possibilidade de deixar o posto para que se garanta a isenção em eventuais investigações sobre seu papel como juiz da Operação Lava Jato, já que a Polícia Federal está subordinada ao ministério da Justiça.

Segundo Moro, as conversas entre juízes, promotores, policiais e advogados são "normais", em parte, devido ao sistema processual adotado no Brasil.

"No sistema brasileiro, o juiz atua desde a fase de investigação, autorizando as diligências requeridas pela polícia ou pelo Ministério Público. Mais tarde, atua na fase de ação penal, autorizando novas investigações não só pela polícia e o Ministério Público, como também pela defesa", justificou.

O atual ministro da Justiça era, até novembro de 2018, o juiz federal de primeira instância responsável por julgar os acusados nos escândalos de corrupção e malversação de fundos públicos que afetaram empresas, como a Petrobras.

Segundo a equipe do The Intercept, as cópias das mensagens trocadas entre Moro e os promotores através de uma aplicação de chat por celular foram entregues por uma fonte que pediu para permanecer no anonimato.

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