Ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que cometeu um "descuido" ao repassar pistas em investigação sobre Lula
Brasília, 14 jun (Xinhua) -- O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, afirmou que cometeu um "descuido formal" ao repassar, via Telegram, pistas de investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao promotor Deltan Dallagnol, tal como revelaram as conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
A informação enviada por Moro a Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público que atua na Operação Lava Jato, não foi formalizada nos registros da investigação, como exige a lei.
"Recebi essa informação e, aí, sim, digamos, foi inclusive um descuido meu, apenas transmiti pelo aplicativo. Mas não há nenhuma anormalidade nisso, sequer havia uma ação penal em curso", disse Moro após participar em Brasília de um evento sobre a operação de segurança da Copa América, que começa na sexta-feira.
De acordo com o Código de Procedimento Penal, as informações criminais devem ser registradas formalmente, o que não correu no processo contra Lula.
"Creio que o simples fato de receber uma notificação penal e transmitir tal informação não pode se qualificar como conduta imprópria", disse o ex-juiz.
"Eventualmente, pode ter havido um descuido formal, mas isso não é ilícito, se é que é questionável nesse sentido. Não cometi nenhum crime e estou absolutamente seguro de todos os atos que executei como juiz da Lava Jato", acrescentou.
Ele se referiu às investigações em curso para identificar os autores dos ataques a celulares que supostamente resultaram no vazamento das conversas com os promotores da Lava Jato divulgadas pelo The Intercept.
Até agora, a Polícia Federal identificou que os arquivos foram capturados do celular de Dallagnol.
Moro afirmou acreditar que os ataques não foram realizados por um único autor, mas por um grupo criminoso "contratado para atacar as instituições brasileiras".
"Se eles pensam que as instituições brasileiras são frágeis e que serão intimidadas, estão completamente equivocados. O que acontecerá é que serão identificados e castigados na forma da lei", ressaltou.
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