(Cinturão e Rota) Observatório Econômico: Cinturão e Rota é oportunidade para transição energética global

Beijing, 18 abr (Xinhua) -- A Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) é uma oportunidade para a futura transição energética sustentável, dizem especialistas.

Por meio da ICR, os países e regiões poderiam melhorar a conectividade de energia e adotar uma abordagem proativa ao planejar sua infraestrutura de energia, disse Zou Ji, presidente da Fundação de Energia da China, em entrevista à Xinhua.

Para muitos países e regiões ao longo do Cinturão e Rota, a demanda por energia, especialmente eletricidade, é tremenda. Em vez de atender a demanda via carvão, os países e regiões devem buscar alternativas de energia limpa, o que poderia ser mais efetivo a longo prazo, disse Zou.

Como a China vem impulsionando o desenvolvimento verde, tem muita experiência em transição energética em áreas como finanças verdes e transferências de tecnologia, que podem ser compartilhadas por meio da ICR, disse Zou.

A ICR, proposta pela China em 2013, visa construir uma rede de comércio e infraestrutura que conecte a Ásia com a Europa e a África ao longo das antigas rotas de comércio da Rota da Seda em busca de desenvolvimento e prosperidade comuns.

Sob a ICR, uma empresa chinesa de construção empreendeu projetos de energia solar em Marrocos, que deverá fornecer energia limpa para mais de 1 milhão de famílias marroquinas.

No Vietnã, uma usina elétrica operada por uma empresa chinesa transformou 70,6 mil toneladas de lixo em 18 milhões de quilowatts-hora de eletricidade verde, impulsionando o crescimento econômico local e reduzindo a poluição.

Wu Gang, presidente da Xinjiang Goldwind Science & Technology, maior fabricante de turbinas eólicas da China por nova capacidade instalada no ano passado, disse que as empresas chinesas ajudaram a cortar pela metade os custos de fabricação de equipamentos de energia eólica.

A empresa construiu seu primeiro parque eólico no Panamá em 2013, cuja produção de energia verde já respondia por 8% do consumo energético do país em apenas um ano após entrar em operação.

Além da colaboração em energia limpa através dos vários projetos, a ICR ofereceu uma nova forma de cooperação intergovernamental, que integra colaboração em vários campos, incluindo tecnologia, comércio e investimentos, disse Zou.

"Trata-se de uma plataforma aberta que promove o multilateralismo e uma nova versão da globalização", apontou Zou.

A Fundação de Energia tem participado ativamente da ICR para facilitar a transição energética global. A organização sem fins lucrativos tem um orçamento de US$ 1,7 milhão para apoiar projetos relacionados a ICR este ano, disse Zou.

Especificamente, a fundação trabalhará com a Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia e o Pacífico para financiar projetos relacionados à energia limpa na Ásia-Pacífico nos próximos três anos, disse ele.

O 2º Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, aberto em Beijing no final de abril, oferecerá novas oportunidades para os governos melhorarem a coordenação de políticas e para agências não-governamentais intensificarem a colaboração em projetos específicos, disse Zou.