Porto de Pireu, na Grécia, alivia depressão econômica e ilumina o futuro

Por Yu shuaishuai

Atenas, 16 abr (Xinhua) -- Quando a Grécia saiu de seu resgate de oito anos no verão passado, o porto de Pireu brilhou com o aumento da produção e das receitas.

O porto tem desfrutado de uma longa excelência histórica desde os tempos antigos, mas seu destino tomou um rumo errado há uma década. A taxa de transferência caiu drasticamente e as instalações portuárias mal funcionavam.

A situação começou a melhorar em 2008, quando a COSCO Shipping da China obteve um direito de franquia de 35 anos para os Terminais de Contêineres 2 e 3 do Pireu.

Dois anos mais tarde, o Piraeus Container Terminal S.A. (PCT), criado por uma equipe de gestão e operação sino-grega, assumiu oficialmente as operações dos dois terminais.

Em 2016, a COSCO Shipping adquiriu 67% das participações no Porto de Pireu (OLP) e assumiu oficialmente a gestão e operação do porto em agosto.

Tassos Vamvakidis, gerente comercial da PCT, que tem trabalhado com o porto de Pireu prestando serviço às linhas de navegação nos últimos 40 anos, ainda se lembrava dos tempos sombrios.

"Estávamos sofrendo muito antes de a COSCO assumir o comando. O atendimento ao cliente no porto era muito ruim quando entendi que havia uma alternativa para mudar, entrei felizmente para o grupo para isso", disse ele à Xinhua.

O caminho para o sucesso nem sempre foi cor-de-rosa. "Foi um dos primeiros investimentos privados na Grécia, por isso a reação geral dos sindicatos não foi muito boa. E levou-nos muito tempo para esclarecer que a COSCO Shipping é um investidor, não um invasor", disse Vamvakidis.

As melhorias foram rapidamente visíveis. A produção de contêineres do porto aumentou de 880.000 TEUs em 2010 para 4,9 milhões de TEUs em 2018, fazendo do Pireu o número dois de todos os portos do Mediterrâneo.

O porto está agora em 36º lugar entre os 100 maiores portos do mundo na Lloyd's List, um parâmetro muito referenciado pela indústria, acima do 93º quando a COSCO assumiu o controle.

O diretor do Instituto de Relações Internacionais de Atenas, Harry Papasotiriou, disse que a colaboração sino-grega no caso do Pireu é "uma história de sucesso", já que ambos os lados beneficiaram muito.

"Um dos projetos de investimento estrangeiro direto que considerei particularmente bem-sucedido foi o Pireu. É uma situação realmente vantajosa para todos", disse Papasotiriou.

Vamvakidis acreditava que o elemento central por trás do sucesso do porto nos últimos anos era "o trabalho duro com um conhecimento muito bom da nossa gestão, que vem da experiência da COSCO com outros portos que eles têm ou administram, e também os investimentos em infraestrutura portuária e novas tecnologias na operação do porto".

Para Marina Omar, que trabalha no departamento de marketing da PCT, a história de sucesso acontece não só no porto, mas também para ela própria.

Formada pela renomada Universidade de Atenas, em 2011, com licenciatura em História e Arqueologia, descobriu que a lição mais difícil da sua vida universitária foi encontrar um emprego.

Na verdade, a crise da dívida causou uma alta taxa de desemprego durante os últimos anos, já que a taxa de desemprego juvenil (15-24 anos) na Grécia atingiu um recorde histórico de 60,3 % em 2013.

Omar conseguiu um emprego como secretário de gestão do departamento de administração da PCT em 2012. Quatro anos depois, ela conseguiu uma promoção e foi para o seu departamento de marketing.

"O crescimento do PCT é incrível, todos os dias aqui no porto são diferentes", disse ela.

"Ganhei experiência e uma grande família que são meus colegas, e minha promoção é um sucesso pessoal para mim, o que me deu a oportunidade de me desenvolver", disse ela à Xinhua.

Omar disse que a Iniciativa do Cinturão e Rota trouxe desenvolvimento em muitos projetos de cooperação entre as empresas gregas e chinesas.

Penso que, com o passar dos anos e com o desenvolvimento da iniciativa do Cinturão e Rota, teremos certamente mais crescimento", afirmou.