Pesquisas mostram que Jeremy Corbyn seria primeiro-ministro britânico caso as eleições gerais fossem convocadas

2019-04-15 14:30:51丨portuguese.xinhuanet.com

Londres, 14 abr (Xinhua) -- O principal líder trabalhista da oposição britânica, Jeremy Corbyn, ganharia as chaves da 10 Downing Street em uma eleição geral imediata, revelou uma importante análise de pesquisa no domingo.

Os conservadores governistas da primeira-ministra Theresa May perderiam 59 assentos na Câmara dos Comuns, abrindo caminho para que o político de esquerda Corbyn se tornasse primeiro-ministro, mostrou a pesquisa publicada pelo Sunday Telegraph.

Os trabalhistas aumentariam seu número de deputados em 34, tornando-os o maior partido no parlamento britânico.

Os partidários conservadores culparam o seu apoio decrescente pelo fracasso de May em cumprir a sua promessa de retirar o Reino Unido da União Europeia (UE) até 29 de março.

O professor John Curtice, especialista em eleições e pesquisas da Strathcylde University, que também é presidente d Conselho Britânico de Pesquisas, disse que os partidários que apoiaram a saída da UE foram levados para o eurocéptico UKIP (Partido da Independência do Reino Unido) ou para o recém lançado partido Brexit, criado por Nigel Farage, cofundador do UKIP.

Uma pesquisa da Electoral Calculus com 8.561 pessoas pesquisadas após a data de saída prevista para maio descobriu que, após uma eleição geral imediata, o Partido Trabalhista se tornaria o maior partido no Parlamento.

O partido ganharia 296 vagas dos 650 assentos parlamentares, contra 259 para os conservadores.

Corbyn poderia então liderar um governo apoiado pelo Partido Nacionalista Escocês (SNP), que também deve fazer ganhos em uma eleição geral.

Martin Baxter, do Cálculo Eleitoral, disse ao Sunday Telegraph: "Theresa May está descobrindo porque David Cameron realmente realizou o referendo. Não foi para aplacar os seus próprios deputados eurocépticos, mas sim para impedir que os eleitores conservadores desertassem para partidos pró-Brexit. Esse processo parece ter sido reiniciado e os Conservadores estão começando a sofrer".

O jornal Observer em Londres noticiou no domingo que a última sondagem Opinium sugere que os Conservadores caíram seis pontos na última quinzena, dando aos Trabalhistas uma vantagem de sete pontos. De acordo com o pesquisador, o apoio é o menor resultado do partido de May desde as eleições europeias de maio de 2014.

May disse aos deputados no mês passado que se retiraria assim que garantisse a saída do Reino Unido da UE.

O Telegraph comentou que May agora enfrenta crescentes apelos de deputados e figuras de base seniores para indicar uma data para a sua partida, pois parece que o Reino Unido teria que participar no próximo mês nas eleições para o Parlamento Europeu.

O antigo líder conservador Iain Duncan Smith pediu no domingo a demissão de May do cargo de primeira-ministra no próximo mês.

Ele declarou à Sky News que o calendário para a sua partida deveria manter-se, apesar de não ter conseguido aprovar um acordo de retirada.

"O que a primeira-ministra tem que fazer é direcionar tudo agora em direção à partida antes das eleições Europeias que permitiriam que ela recuasse do que ela disse que faria, retirando o Reino Unido da União Europeia de uma forma ou de outra e então nós podemos ter outra eleição para a liderança e escolher um novo líder," ele disse à Sky News.

Em uma entrevista televisiva no domingo, o vice-primeiro-ministro de fato de May, o ministro do Gabinete, David Lidington, disse que não acredita que as conversações entre o governo e o Partido Trabalhista, em busca de um consenso sobre o acordo Brexit, possam se arrastar por muito mais tempo.

Ele disse que não havia estabelecido um prazo para que as negociações produzissem um resultado, mas o público queria que o parlamento resolvesse suas divergências sobre o Brexit rapidamente.

O governo conservador e o Partido Trabalhista britânico prosseguem as conversações durante a próxima semana para testar as ideias um do outro numa tentativa de quebrar o impasse do Brexit.

Lidington disse que, embora não houvesse prazo, ambos os lados fariam um balanço em 10 dias.

As duas partes criaram uma série de grupos de trabalho em áreas fundamentais, como as normas ambientais, a segurança e os direitos dos trabalhadores, para tentar encontrar um terreno comum.

Os Trabalhistas estão a pressionar por um acordo que mantenha o Reino Unido aliado à união aduaneira e ao mercado único da UE, mas o acordo atual aprovado por May faria com que o Reino Unido abandonasse ambos.

Na semana passada, o Conselho Europeu prorrogou a adesão do Reino Unido ao bloco até 31 de outubro para dar mais tempo ao Parlamento britânico para chegar a um consenso sobre um acordo de retirada.

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