Aldeia egípcia supera a pobreza com horta em telhados

2019-04-08 15:01:14丨portuguese.xinhuanet.com

 

Pessoas costuram artigos feitos à mão em uma oficina da aldeia em Beheira, Egito, em 1º de abril de 2019. Na província de Beheira, ao norte do Egito, os moradores de uma pequena aldeia conseguiram superar a pobreza extrema em cinco anos, cultivando hortaliças orgânicas nos telhados de suas casas. "Os telhados que outrora eram uma fonte de risco tornaram-se agora uma grande fonte de rendimento para a maioria dos residentes aqui", disse Ragab Rabie, chefe da aldeia e um dos que iniciaram a agricultura nos telhados, à Xinhua. A poucos metros da casa de um andar de Rabie, uma nova construção com dois grandes cômodos acolheu dezenas de mulheres de todas as idades que teciam tapetes artesanais. "Temos mais de 130 pessoas trabalhando na oficina de tapetes", disse Yasmin Adel, supervisor da oficina, à Xinhua. (Xinhua/Ahmed Gomaa)

Por Ahmed Shafiq

Beheira, Egito, 7 abr (Xinhua) -- Na província de Beheira, ao norte do Egito, os moradores de uma pequena aldeia conseguiram superar a pobreza extrema em cinco anos, cultivando hortaliças orgânicas nos telhados de suas casas.

Nag Oun, um pequeno vilarejo com 200 casas, já foi uma das áreas mais pobres do Egito, com uma alta taxa de desemprego que superou os 90%.

No entanto, os moradores da aldeia tiveram a ideia de hortas em telhados para erradicar a pobreza e construir um futuro melhor para as gerações vindouras.

Para iniciar o projeto, os moradores tiveram que obter pequenos empréstimos para substituir os velhos telhados de palha de suas casas por novos telhados de concreto.

Eles disseram que os telhados de palha e aço não poderiam protegê-los no inverno e no verão, acrescentando que cobras, insetos e ratos poderiam facilmente entrar em suas casas através dos velhos telhados.

"Os telhados que antes eram uma fonte de risco agora se tornaram uma grande fonte de renda para a maioria dos moradores daqui", disse Ragab Rabie, chefe da aldeia e um dos que começaram a agricultura de cobertura, à Xinhua.

"Conseguimos reduzir a taxa de desemprego de 90% para menos de 5%", disse Rabie.

Os moradores que não possuem nenhuma fazenda na pequena aldeia, estão agora fazendo um boom adotando sistemas hidropônicos e agricultura orgânica para cultivar suas plantações.

"Este sistema usa menos água do que os métodos tradicionais", disse o homem de meia-idade ao verificar plantas de feijão verde em seu telhado depois de uma noite chuvosa.

Ele acrescentou que aqueles que não usam seus telhados estão cultivando hortaliças em espaços em frente de suas casas.

Rabie disse que os moradores agora vendem 70% de seus produtos para os mercados locais e mantêm o restante para uso próprio.

Ele ressaltou que os preços das hortaliças orgânicas são notavelmente mais altos do que aqueles cultivados com pesticidas, o que ajudou os moradores a economizar dinheiro para iniciar novos projetos, como a criação de gado e aves.

"As pessoas aqui trabalham como uma unidade e é por isso que estamos fazendo sucesso", disse Rabie.

A poucos metros da casa de um andar de Rabie, uma nova construção com dois grandes cômodos acolheu dezenas de mulheres de todas as idades que teciam tapetes artesanais.

"Temos mais de 130 mulheres trabalhando na oficina de tapetes", disse Yasmin Adel, supervisor da oficina, à Xinhua.

A mulher, na casa dos 20 anos, disse que o projeto começou há três anos com cinco mulheres, que mais tarde ensinaram dezenas de mulheres, jovens e até adolescentes a tecer tapetes.

"Começamos com dois teares de tapetes tradicionais doados por algumas pessoas abastadas, e depois compramos mais quatro teares", disse Adel ao observar jovens tecelãs tecendo tapetes de lã e seda com as mãos.

Ela acrescentou que o negócio está crescendo rapidamente, pois eles recebem pedidos de várias cidades, incluindo a capital, Cairo, e eles exportaram cinco tapetes para a Arábia Saudita e o Canadá.

"Isso ajuda as famílias a ganhar mais dinheiro e a impulsionar a economia da aldeia também", disse ela, acrescentando que as alunas vêm à oficina depois de terminarem suas aulas.

"Além da oficina de carpetes, também temos pequenas oficinas de costura e carpintaria, onde dezenas de jovens trabalham", acrescentou Adel.

Nag Oun tornou-se um exemplo de resiliência e autossuficiência que está sendo seguido por uma série de outras aldeias.

"Passamos este modelo às aldeias vizinhas e elas estão trabalhando bem. Podemos eliminar a pobreza no Egito se todas as áreas pobres seguirem nossos passos", disse Rabie.

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