Aprovação do Japão de livros didáticos polêmicos para o ensino fundamental atrai críticas

Tóquio, 26 mar (Xinhua) -- O Japão aprovou nesta terça-feira, de forma controversa, o uso de livros didáticos de ensino fundamental que fazem referência a suas reivindicações territoriais sobre certas ilhas, em uma medida que já foi condenada pelos vizinhos mais próximos do Japão.

Os seis livros didáticos de estudos sociais que serão usados pelos alunos da quinta e sexta séries foram examinados pelo Ministério da Educação e seguem a posição do governo do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, conhecido por suas visões revisionistas e distorcidas da história e do território.

Todos os livros didáticos fazem referência às ilhotas controladas pela Coreia do Sul no Mar do Japão, conhecidas como Dokdo na Coreia do Sul e Takeshima no Japão, como sendo "parte inerente do território do Japão".

O movimento foi rapidamente condenado na terça-feira pelo Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul em uma declaração.

A declaração disse que denunciou a autorização do Japão de livros didáticos de escolas primárias colocando uma reivindicação territorial injusta sobre as ilhotas Dokdo, que são o território da Coreia do Sul historicamente, geograficamente e de acordo com o direito internacional.

A Coreia do Sul, enquanto convocava o embaixador japonês Yasumasa Nagamine para apresentar um severo protesto, instou o Japão a retirar imediatamente a sua autorização dos livros didáticos com base no argumento de que iria desinformar os estudantes e levar a que os laços bilaterais se tornassem ainda mais tensos.

Além disso, os livros didáticos citam as Ilhas Diaoyu da China, que têm sido parte integrante do território chinês desde a antiguidade, como pertencendo ao Japão, apesar dos repetidos apelos da China para que o Japão adote uma visão histórica correta quando se trata de educar sua juventude.

As ilhas russas reivindicadas pelo Japão, chamadas de Territórios do Norte no Japão e os Kurils do Sul na Rússia, também são referenciadas como sendo inerentemente japonesas nos livros didáticos que estão sendo usados atualmente no país.

Os polêmicos livros didáticos do ensino fundamental foram selecionados pelo Ministério da Educação do Japão com base nas diretrizes curriculares do governo adotadas em 2017.

As diretrizes informam o currículo para o ano letivo de 2020 a partir de 1º de abril de 2020.