Chefe dos Direitos Humanos da ONU preocupada com recentes sanções contra Venezuela

2019-03-22 11:38:14丨portuguese.xinhuanet.com

Genebra, 20 mar (Xinhua) -- A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou nesta quarta-feira sua preocupação com as recentes sanções à venda de petróleo venezuelano, dizendo que podem agravar a crise econômica do país.

"Embora esta crise econômica e social generalizada e devastadora tenha começado antes da imposição das primeiras sanções econômicas em 2017, me preocupa que as recentes sanções às transferências financeiras relacionadas à venda de petróleo venezuelano nos Estados Unidos possam contribuir para agravar a crise econômica", disse Bachelet ao se pronunciar na 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos sobre a Venezuela.

Bachelet disse que essas sanções teriam "possíveis repercussões sobre os direitos básicos e o bem-estar das pessoas".

A chefe de Direitos Humanos da ONU disse que a magnitude e a gravidade do impacto da atual crise na Venezuela sobre os direitos humanos é "um fator preocupante e desestabilizador na região".

Notando que uma equipe técnica de seu escritório está atualmente no país, ela disse que este é um primeiro passo positivo porque acredita que levará à continuidade do acesso do gabinete de Direitos Humanos no futuro.

Bachelet disse que o sistema de saúde da Venezuela continua se deteriorando, com um impacto muito significativo na mortalidade materna, morbidade e mortalidade infantil.

"O recente apagão elétrico em todo o país exacerbou essa situação, reduzindo ainda mais o acesso das pessoas a alimentos, água e medicamentos, e afetando gravemente os hospitais", disse o alto comissário.

Citando uma pesquisa recente, ela também observou que mais de 1 milhão de crianças não frequentam mais a escola na Venezuela, principalmente por causa da incapacidade de seus pais de lhes dar o café da manhã, do fracasso dos programas de alimentação das escolas e da falta de transporte público acessível.

"A escassez de água, a escassez de gás natural e o colapso do transporte público também continuam a afetar muitas pessoas e, junto com a hiperinflação, geram condições econômicas terríveis, que provocaram milhares de protestos sociais", disse Bachelet.

O fornecimento de eletricidade voltou ao normal na Venezuela depois que um apagão gigantesco ocorreu em 7 de março, provocando o fechamento de escolas e escritórios governamentais. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lançou no sábado exercícios cívico-militares para proteger os serviços públicos do país, dizendo que todas as forças serão mobilizadas para evitar novos ataques à rede elétrica ou à rede de distribuição de água.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos aplicou na terça-feira sanções a uma empresa de mineração de ouro venezuelana e seu líder, a sexta rodada de sanções desde janeiro pela administração Trump para aumentar a pressão sobre Maduro.

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