Trump sinaliza apoio à adesão do Brasil à OTAN e OCDE

2019-03-21 15:50:30丨portuguese.xinhuanet.com

Washington, 19 mar (Xinhua) -- O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou nesta terça-feira que pode apoiar o Brasil a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), já que as duas nações esperam aprofundar sua cooperação econômica.

Trump disse na Casa Branca, enquanto se reunia com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que "está olhando para isso com muita atenção em termos de se é a OTAN ou se é algo que tem a ver com aliança".

Os Estados Unidos teriam dado ao Brasil um importante status de aliado não-OTAN, o que dará ao Brasil acesso preferencial à compra de equipamentos e tecnologias militares norte-americanos. A declaração verbal de Trump na terça-feira pode indicar um passo além disso.

O presidente dos EUA também disse que apoia a adesão do Brasil à OCDE.

"O Brasil e os Estados Unidos nunca estiveram tão próximos quanto agora", disse Bolsonaro.

Mais tarde, em uma coletiva de imprensa, Trump repetiu sua intenção, dizendo que gostaria de "designar o Brasil como um grande aliado não-OTAN - ou... talvez um aliado da OTAN". Terei de falar com muitas pessoas, mas talvez com um aliado da OTAN - o que fará avançar muito a segurança e a cooperação entre os nossos países".

Ele acrescentou que "o presidente Bolsonaro e eu estamos ambos empenhados em reduzir as barreiras comerciais".

Entretanto, uma declaração conjunta de Trump e Bolsonaro, emitida posteriormente pela Casa Branca, confirmou que Trump anunciou a intenção dos EUA de designar o Brasil como um grande aliado não-OTAN, e "salientou seu apoio para que o Brasil iniciasse o processo de adesão para se tornar membro pleno da OCDE".

Os dois presidentes também concordaram em aprofundar sua parceria por meio do Fórum de Segurança Estados Unidos-Brasil no combate ao terrorismo, narcotráfico e tráfico de armas, crimes na internet e lavagem de dinheiro.

Bolsonaro anunciou a intenção do Brasil de isentar os cidadãos dos EUA da exigência de visto de turismo, e Trump concordou em tomar as medidas necessárias para "permitir que o Brasil participe do Programa de Entrada Global de Viajantes de Confiança do Departamento de Segurança Interna".

Trump saudou a assinatura antecipada de um acordo de segurança tecnológica que permitirá às empresas americanas realizar lançamentos espaciais comerciais a partir do Brasil, bem como um acordo entre a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA e a Agência Espacial Brasileira para lançar um satélite desenvolvido em conjunto em um futuro próximo, segundo o acordo.

Os dois líderes também concordaram em construir uma Parceria de Prosperidade "para aumentar empregos e reduzir barreiras ao comércio e ao investimento".

Para tanto, decidiram aprimorar o trabalho da Comissão de Relações Econômicas e Comerciais Estados Unidos-Brasil, criada no âmbito do Acordo de Comércio e Cooperação Econômica, para "explorar novas iniciativas para facilitar o investimento comercial e as boas práticas regulatórias".

Com relação ao comércio bilateral, Bolsonaro anunciou que o Brasil implementará um contingente tarifário, permitindo a importação anual de 750 mil toneladas de trigo americano à taxa zero.

Além disso, os Estados Unidos e o Brasil concordaram com "condições de base científica" para permitir a importação de carne suína americana.

A fim de permitir a retomada das exportações de carne bovina do Brasil, os Estados Unidos concordaram em agendar rapidamente uma visita técnica do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA para auditar o sistema de inspeção de carne bovina crua do Brasil, assim que "estiver satisfeito com a documentação de segurança alimentar do Brasil".

Os dois presidentes instruíram suas equipes a negociar um Acordo de Reconhecimento Mútuo sobre seus programas de Negociantes de Confiança, que reduzirá os custos para empresas americanas e brasileiras, informou a Casa Branca.

Os dois líderes também se congratularam com a criação de um fundo de investimento de 100 milhões de dólares em biodiversidade que irá "catalisar investimentos sustentáveis na região amazônica".

Em relação à cooperação energética, os dois líderes concordaram em estabelecer um Fórum Energético EUA-Brasil para facilitar o comércio e os investimentos relevantes.

Antes da reunião, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, twitou na terça-feira que a visita de Bolsonaro à Casa Branca "é uma oportunidade potencialmente histórica para redirecionar as relações entre nossos dois países", o que terá "um profundo impacto não apenas neste hemisfério, mas também em todo o mundo".

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001379128251