China necessitará mais multitalentos de línguas portuguesa e espanhola
Beijing, 16 mar (Xinhua)-- Para concretizar uma maior abertura chinesa ao exterior e mais intercâmbios entre a China e os países de línguas portuguesa e espanhola, a China necessitará cada vez mais de multitalentos que, além de poder falar português ou espanhol, contem com conhecimentos específicos, segundo um fórum realizado no sábado em Beijing, capital chinesa.
O fórum, com foco em vantagens, desafios e estratégias na formação de multitalentos de línguas portuguesa e espanhola e o desenvolvimento de seus conhecimentos em áreas específicas, como literatura, tradução, relações internacionais, economia, imprensa, etc., foi organizado pela Universidade dos Estudos Estrangeiros de Beijing (BFSU, em inglês). Cerca de 20 convidados provenientes dos ministérios das Relações Exteriores, do Comércio, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, de universidades, veículos de imprensa e outras entidades, discursaram no evento.
Yan Guohua, vice-presidente da BFSU, disse em seu discurso de abertura que com o aprofundamento da reforma e abertura da China e a melhora da posição internacional do país, há cada vez mais cooperação e intercâmbios internacionais. A Iniciativa do Cinturão e Rota e a estratégia de maior abertura do país apresentaram novas exigências à formação de talentos e à criação e pesquisa para a elaboração de disciplinas. Ele sugeriu que a formação de talentos de línguas portuguesa e espanhola seja inovadora, e forneça profissionais multiqualificados com visão internacional e amor ao país em prol do desenvolvimento econômico e progresso social da China.
Zhao Bentang, diretor do departamento para assuntos da América Latina do Ministério das Relações Exteriores, apontou que na América Latina 23 países falam espanhol ou português, e por isso a região é uma importante área de desempenho para os talentos das duas línguas. Depois do 18º Congresso Nacional do PCC, o desenvolvimento das relações China-América Latina acelerou, e a cooperação bilateral vem tornando-se cada vez mais aprofundada.
Segundo Zhao, em 2018, o valor de comércio entre a China e a América Latina superou US$ 300 bilhões, 15 vezes o valor registrado no ano 2000. Companhias chinesas já estabeleceram mais de 2.200 empresas na América Latina. Foram estabelecidos 39 Institutos de Confúcio em mais de 20 países na região. No final de 2018, a China propôs as relações China-América Latina na nova era, ou seja relações de "igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios para os povos".
"As relações China-América Latina na nova era apresentam mais exigências tanto à quantidade e como à qualidade dos talentos de línguas espanhola e portuguesa", disse Zhao. Ele sugeriu que o ensino das duas línguas seja mais focado nos intercâmbios sino-latino-americanos e que as pesquisas sobre a América Latina sejam encorajadas e consequentemente forme mais talentos com conhecimentos específicos sobre os assuntos sino-latino-americanas.
Cui Weixiao, ex-diretor da Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau, disse que muitos talentos de língua portuguesa participaram da construção de Macau e tiveram desempenhos ativos nos setores público, judiciário, legislativo, educativo e empresarial, entre outros, de Macau. Ele assinalou que a Iniciativa do Cinturão e Rota e o plano de desenvolvimento da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau criaram mais oportunidades para RAEM, das quais mais talentos de língua portuguesa são bem-vindos a participar.
No início do fórum que durou um dia, foi inaugurada a Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses da BFSU. A nova faculdade é composta por dois departamentos, um de língua espanhola e outro de língua portuguesa, quatro centros, incluindo o Centro BFSU-ULisboa-Camões de Cultura e Língua Portuguesa, uma fundação e uma publicação. A fim de se adaptar às mudanças na demanda da sociedade por talentos, a faculdade explora ativamente um novo modelo de formação de multitalentos e já estabeleceu cinco áreas de estudos específicos, incluindo linguagem, literatura, tradução, ciências políticas e economia, para que os alunos, além de estabelecer uma base sólida para o estudo de línguas estrangeiras, sejam capazes de escolher uma área de estudos específicos e tornem-se multiqualificados no futuro.
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